sábado, 31 de março de 2012

Alpendre

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Fora de guarda, será que vamos notar?
Aqui umidifica o ar sozinho, sem precisar chamar
Uma chuva, beber vinho, fumar plantas, comer fungos.
Sem precisar xamã, guru, pastor, padre, papa, mestre ou professor
Licenciado para que se faça a transformação.
Estou em casa e sinto como se não.
Fez muito calor, no anterior, mas após algum tempo passado,
Caiu toda a água do céu sobre nossas cabeças frágeis,
Protegidas apenas por cabelo, pele, sangue e crânio,
Algumas veias que transitam e artérias, mas nada concreto,
Que dê proteção.
Diferente do que acontece com o coração,
Cercado de veias enormes, músculos fibrosos, sem contar
A armadura de ossos que são nossas costelas, alicerce que,
Dentro do nosso poderio, faz um bom papel de segurança.
Qualquer ângulo me faz uma escada que sobe ou desce, depende do papel,
Mas pode também ir para outros lados, para todos eles, pois sob a luz,
Sob a fé, tudo se produz, até o céu que falei antes continua cinza por mais
Um fim de semana infantil de risos, de alegrias sinceras.
Início de um bom ano é assim, devido às mudanças, vamos adaptando o mundo
Ao nosso redor e nos tornamos menos exigentes, mais libertários.
Ah sim, talvez no meio do que escrevo alguém tenha pensado em cérebro como
Parte integrante da cabeça, como algo que talvez pudesse nos proteger de algo.
É possível, não descarto esta hipótese.

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