De uma maneira, sinto que está ocupada. Ocupada com sua vida. A sua vida sem graça, sem muita diferença das outras vidas que a cercam. Mas claro, viva! Vá fazer as coisas comuns, é divertido. Vá curtir, pois somente quando se é jovem isto é possível. E quando se envelhece, ah… como saber? Estou cansado. É preciso uma regeneração. Uma reforma total aqui dentro. E isso vai acontecer, está acontecendo, vamos ver no que dá. A música permanece tocando para que eu sinta. Os três toques abafados e gritantes de Coltrane, que me batem da esquerda e eu sinto o flanar. Me invadem as notas, as pernoites, noites de meia luz e saudades. E há saudade no paraíso. Ao som de jazz, ao som de silêncio. O silêncio da menina me afoga na superfície de um centímetro. O esquerda acima na realidade era direita, mal que penso e recoloco as coisas no lugar, vem um furacão infanto e me traz ao centro de um abismo. Parado. Suspenso. Antes que algo aconteça, algo acontecerá. É como todas as noites na cidade do paraíso. Até controla-se a temperatura. Somente a do ar. A do ar condicionado. Condição. Com razão penso melhor esquecer. Impossível, baby. Temos tudo escrito. Está feito.
As ondas que nunca chegam, gramado de férias e repouso de bênção, merecem todo o meu proveito, este tempo maravilhoso em que vivo. Este mundo espetacular, coisa grandiosa que encanta e assusta. Mistério desprovido de sentido e todas as coisas assimiladas, em todos os sentidos. Bebo sorvete, ao invés de abrir um vinho vermelho de lágrimas de amor, coração quebrado. Torto. Solto pelas bordas do corpo e balançando a cada mexida. O órgão, o piano, os dedos, o som, ah. Há coisas que só o corpo entende. E o próprio entendimento disso se relaciona não conosco. Ar que move o tempo todo.
Estender o braço ao infinito, tocar sua brisa, seu cheiro de novidade e suspiro. Cada gesto, toque, estar perto, estar dentro, estar e ser. Viver o que se deve. Dever viver o que se quer viver, e afeiçoar o todo. Sentir sua respiração sentir a minha. Minha respiraçao sentir na sua. Fecha os olhos, sente. Eu faço isso e quando acontece, sinto que há tudo. Sinto que posso escolher. E o amor é a escolha favorita. Depois o sono, permitir o sono, permitir o confronto. Não saber o fim.
escritos verídicos e inverídicos, imagens da vida e um espaço livre. [ considere ler de trás pra frente ]
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Complatéia
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Me torno contemplativo. Tento e não sei se consigo executar até o final, mas tento ir balançando um pouco, de um lado para o outro. Assim posso pensar que estou abrangendo de tudo. E vou partir, partindo o mapa que nos une. Águas salgadas nos separam. Ares de cânone. É um tal de gente pulando e festejando... Oba! Ihu! Yêêê!
Um ou mais corações partidos. Tudo parte. Parte de uma história com um jogo lindo, no Tarot da mais bela. E como uma flecha, um jato, vruuum! Passa raspando, só ouço o zumbido segundos depois. Paro para respirar certo e beber um gole do vinho que bebo.
Estou vestido com uma roupa de despedida. Sério. Anel no dedo. Faz parte de quê? Jogo, o substantivo. E todos se foram, todos se foram no último dia, só para não olhar para mim e pensar no fim. Despedidas são sempre estranhas. Tristeza, alívio, esperança, alegria. Que? É tão estranho este momento. Que sapatos são esses? Só agora?? Se não fosse hoje, o “se não fosse hoje” não seria o “se não fosse hoje”, seria o “se não fosse hoje”, não seria? Não. É surpresa! Queria não levar tantas coisas, tantos objetos. Gostaria de sentir se devo levar este. Vou para o leste. Agora sinto que não demoro por lá. Isso é interessante, pois o que sinto agora não tem relação com o futuro, aos olhos de algumas pessoas, mas quase sempre acerto, é impressionante.
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Me torno contemplativo. Tento e não sei se consigo executar até o final, mas tento ir balançando um pouco, de um lado para o outro. Assim posso pensar que estou abrangendo de tudo. E vou partir, partindo o mapa que nos une. Águas salgadas nos separam. Ares de cânone. É um tal de gente pulando e festejando... Oba! Ihu! Yêêê!
Um ou mais corações partidos. Tudo parte. Parte de uma história com um jogo lindo, no Tarot da mais bela. E como uma flecha, um jato, vruuum! Passa raspando, só ouço o zumbido segundos depois. Paro para respirar certo e beber um gole do vinho que bebo.
Estou vestido com uma roupa de despedida. Sério. Anel no dedo. Faz parte de quê? Jogo, o substantivo. E todos se foram, todos se foram no último dia, só para não olhar para mim e pensar no fim. Despedidas são sempre estranhas. Tristeza, alívio, esperança, alegria. Que? É tão estranho este momento. Que sapatos são esses? Só agora?? Se não fosse hoje, o “se não fosse hoje” não seria o “se não fosse hoje”, seria o “se não fosse hoje”, não seria? Não. É surpresa! Queria não levar tantas coisas, tantos objetos. Gostaria de sentir se devo levar este. Vou para o leste. Agora sinto que não demoro por lá. Isso é interessante, pois o que sinto agora não tem relação com o futuro, aos olhos de algumas pessoas, mas quase sempre acerto, é impressionante.
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