sábado, 30 de julho de 2011

Pra beber Maria

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Escrever tá caro e dá barato

Se chamar de tio eu num pago

A rodada da semana é boa

Tem jogo do meu mengão de novo


Salve toda multidão calada

Minha santa diversão sofrida

Quase nunca eternamente pasma

Advento do turismo, esta cidade


Se eu te pago uma gelada, dá um beijo

Se eu te dou um beijo, paga um

Toma um vôo, catch a plane

Dança a dança do harém


Máquinas de costurar são bem-vindas

Aceito tablets, ou whatever

Aparelho que você me der, eu mereço

Tecnologia de primeira


Uma Stella pra beber

Maria pra fumar

Um sonho pra me atravessar

O fim de semana

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

No encontro sincontro

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Eu não sei como é que você 

Ainda olha pra mim

Você é bem, posso dizer

Linda demais para mim

Jovem também, eu sei,

Também sou.

Fora daqui vamos nós,

Pular em barquinhos no sol

E flutuar pelas ruas do mar

E andar em corridas ganhar

O mundo a sós

E cada um se vai

E se vira e se torna um só

Se esvai o que faz de nós alguém

Nesse mundo só esse

E nos outros mais, nos que nos

Encontramos

Em outras avenidas e corpos

E respiro, por mais que eu tenha fôlego para continuar

E ouço o som do piano, do trumpete

Em cada som que escuto

Atravesso o aqui

E se isso entra em minha cabeça,

Sinceramente nao quero nem saber.

Só penso em ficar aqui e ouvir

Um bom som

Até acabar


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sábado, 23 de julho de 2011

Perfura




Quer comunicar, mas a
Comunicação só se dá
Numa troca onde um emite
E o outro recebe.
Percebe que a comunicação
Só se dá quando por mais de um sujeito
Ou objeto. Relampejar
É como as noites de luar
Mas menos claras. E este
Raio que lampeja é raio
Que também despeja o
Resto de trevas que há por vir.
E navegar, adentrar, explorar e sorrir,
Pois em trevas sempre nelas, nadamos
E assim sentimos um pouco de vida,
Ao tato com o desconhecido, frente ao abismo,
Sob pressão, manifestando o aqui.
Comum a todos, aqui. Diferente
De cada um, cada um por si.
Tirar a máscara, que caia.
Falar e falar, e falar…
Repetir, repetir, repetir…
Já não há caminhos.
Apenas formas de ir.
Dias de sol, dias de chuva,
Claros, negros, pálidos, azedos.
A reforma havia sido feita, finalmente.
Afinal, todos que se comunicam
São parte de um grupo de troca.
De informação, idéia, por aí.
E sabemos que, de velho morre o
Astuto guri que fez o que ela queria
E permanece no mundo vendo tudo.
Bebe de canudo para não sujar a boca
No copo mal lavado, ele julga.
Mal podiam mudar, as coisas, não se
Permitia. Era um pouco como falar outra
Língua, só que não divertido.
Caçamos os cada momentos.
Busco silêncio pois o barulho
Perfura.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

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Não tinha aqueles acessos de fala

Do tipo que se apossa do corpo e faz alguém falar

Simplesmente falar...

Sobre qualquer coisa, qualquer desespero acumulado

Pesando mais do que o corpo pode carregar.

Ele sabia escutar.

Escutava com os olhos, o coração, os ouvidos, o nariz,

A boca e o pau.

Não tinha motivos, talvez só pelo fato de ser divertido

Escutava muita coisa, e falava só quando precisava.

Escrevia quase sempre, era como se fosse um hábito.

Há quem diga que é terapia.

Poderia ser um ato egoísta.

Escrevia com os olhos, o coração, os ouvidos, o nariz,

A boca e o pau.

 
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domingo, 10 de julho de 2011

Inverno




Tenho tantas idéias brilhantes no banho…

Mas enxugo-me tanto,

O que sobra

É pingo.



10/07/2011

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Cheiro de Madeira

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O monolito grita para o gato no deserto da escada.
E a lua, sua maior amiga, acena para sua grande inimiga.

Penso sobre isto. Paro, reflito. Dou um trago.
Continuo, com meu capuccino.

E Herman não poderia, de forma alguma ser um personagem jovem.
Não com esse nome. A não ser que fosse gay. Herman.

E até a xícara de zebra, toda amarrotada,
Toda cheia de sedes, me brinda com leite.

Eu já peço café com conhaque, talvez um whisky.
Poderia passar sem nenhuma bebida, nenhum fumo.

Sei que risco eu correria, talvez por isso me abstenha do plano.
Sei que parece mundano, mas é isso mesmo o que parece.

E a quermesse me avisa que ainda devo permanecer em casa.
Até que a música acabe.

Até que os sinos não se toquem ainda no balançar
Que soa bonito para quem está perto, som de vôo.

Que a festa acabe, as luzes se apaguem, os comerciantes, felizes
E cansados, desmontem suas barracas sem se falarem.

Até que eu perceba outro lugar em mim.
Pode levar muito tempo, menos que mil.