Já escrevi poemas, bolei respostas,
Compus canções,
Bebi demais, chorei e ri,
Vi manhãs.
Tudo isso me serve para lembrar
Que por trás dessa vontade,
Dessa ponderação,
Dessa loucura, dessa sanidade,
Dessa gangorra alucinada,
Existe medo.
Ele que age, tira a liberdade,
Difama o compromisso,
A responsabilidade.
Chama-se medo,
Quem mantém um segredo.
Mantém aceso um mistério bobo,
Uma espécie de jogo
De apostas sutis.
Saia de trás do muro,
Pois daí não poderá me mostrar
A profundidade do seu mundo.