Escoriações memoráveis retornam ao passado
No meu corpo a marca do que é retocado
A velhice acontece só naquilo que padece
O corpo não é nosso, é de tudo o que evolui
Na criancice eu não cresci pra aprender
Reinei na magia sem saber de nada
Toquei duas mulheres na escada
Brinquei com suas cordas e acordes óbvios
Assobiei em suas orelhas, qual me interessava mais?
E eu desabafava comidas mãos no recreio
Engolia meus salgadinhos de camarão ou de queijo
Em quinze minutos era o sinal tocar
E o batalhão todo sumia em menos de três
Tinha também a semana das batalhas
Eu, guerreiro, criava forças imaginárias
Era uma arena, clima tenso. Eu atento.
Meu saque era o chute no ataque, gol
Mais uma virada de quadra, vantagem
Pensar na gente vivendo o tempo ao contrário
Como se amanhã fosse ontem, e depois de amanhã anteontem...
E assim sucessivamente até a morte
Ou seria até o nascimento?
Tempo, tempo, tempo, tempo, tempo..
Assim fala a voz que deve saber calar
AMiss alaf euqzova eved breas lraca
Es-amahc otnem asnep
escritos verídicos e inverídicos, imagens da vida e um espaço livre. [ considere ler de trás pra frente ]
quinta-feira, 31 de maio de 2007
quarta-feira, 30 de maio de 2007
é uma palavra que agora há pouco não me saia da cabeça. Eutanásia? Claro que não. Ri.
Estapafúrdia, eu acho, sim, agora escrevo corrente como se tivesse acertado e acertei, de fato. Fato que choveu pra caralho e finalmente senti um frio muito frio aqui no Rio. Claro que eu estava de bermuda, e camiseta de malha de algodão de mangas curtas. Oquei, não importa. Aqui é a terapia, não se esqueçam. Não me esqueço. Silêncio. É assim lá dentro, bem sinceramente, silencioso. Não preciso ficar a noite intera tentando tirar coelhos de cartolas, muito menos coisa alguma parecida ou o contrário. Que votem. Se são...vejamos...um! Um vota a favor de um. Alguém ganha? Sim. Enfim, vamos nos tornando humano de novo por que o tempo já vem cutucar com ferrinhos pontiagudos que enchem o saco de qualquer um. Então se lembra de que existem coisas horríveis que atrapalham nossos objetivos, mesmo que tenhamos, aparentemente tudo, não nos sentiremos satisfeitos, pois somos uns insatisfeitos mesmo, se deus quiser. E ele há de querer, como dizem alguns desesperados.
Obs: Estapafúrdia talvez fosse algum elo entre uma coisa e outra e no meio desse torpor usual, me perdi numa longa estrada, de preferência noite e manhã adentro, pois eu mereço, God i do! "Por que não? Por que não? Caminhando contra o vento..."
Uma canção não me consola, consola de que, infeliz? Risos e risos, há uma alegria enorme em ser eu. E sai.
Estapafúrdia, eu acho, sim, agora escrevo corrente como se tivesse acertado e acertei, de fato. Fato que choveu pra caralho e finalmente senti um frio muito frio aqui no Rio. Claro que eu estava de bermuda, e camiseta de malha de algodão de mangas curtas. Oquei, não importa. Aqui é a terapia, não se esqueçam. Não me esqueço. Silêncio. É assim lá dentro, bem sinceramente, silencioso. Não preciso ficar a noite intera tentando tirar coelhos de cartolas, muito menos coisa alguma parecida ou o contrário. Que votem. Se são...vejamos...um! Um vota a favor de um. Alguém ganha? Sim. Enfim, vamos nos tornando humano de novo por que o tempo já vem cutucar com ferrinhos pontiagudos que enchem o saco de qualquer um. Então se lembra de que existem coisas horríveis que atrapalham nossos objetivos, mesmo que tenhamos, aparentemente tudo, não nos sentiremos satisfeitos, pois somos uns insatisfeitos mesmo, se deus quiser. E ele há de querer, como dizem alguns desesperados.
Obs: Estapafúrdia talvez fosse algum elo entre uma coisa e outra e no meio desse torpor usual, me perdi numa longa estrada, de preferência noite e manhã adentro, pois eu mereço, God i do! "Por que não? Por que não? Caminhando contra o vento..."
Uma canção não me consola, consola de que, infeliz? Risos e risos, há uma alegria enorme em ser eu. E sai.
domingo, 27 de maio de 2007
sábado, 26 de maio de 2007
Multo, tumulto. Escuridão, só.
Um fogo amarelado, laranja e vermelho queima.
Os rostos contorcidos, desconexos com a realidade comum.
Quase nada de vida que resta, fora de sala.
E um agudo interrompe aquela coisa pastosa, quase dormindo.
No sono me regulo e devo agradecer e, quem sabe, rever os conceitos de mim.
Permito-me ir enquanto não quero. Sei.
Vou e não sei porque aquela palavra ecoa na cabeça:
Amanda, Amanda, Amanda...
E tinha aquela coisa do cabelo, e realmente, não sei. Podem rir.
E vou passeando, e passeando penso que poderia estar viajando.
Em um único quadrinho alternativo do Rio.
Um fogo amarelado, laranja e vermelho queima.
Os rostos contorcidos, desconexos com a realidade comum.
Quase nada de vida que resta, fora de sala.
E um agudo interrompe aquela coisa pastosa, quase dormindo.
No sono me regulo e devo agradecer e, quem sabe, rever os conceitos de mim.
Permito-me ir enquanto não quero. Sei.
Vou e não sei porque aquela palavra ecoa na cabeça:
Amanda, Amanda, Amanda...
E tinha aquela coisa do cabelo, e realmente, não sei. Podem rir.
E vou passeando, e passeando penso que poderia estar viajando.
Em um único quadrinho alternativo do Rio.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Sonho do Sonho
Sonho do Sonho
Sim, eu troco o dia pela noite
Ou troco a noite pelo dia
Os dois são iguais, ilimitáveis
Acende e a apaga a luz do giro
Dormir me faz sentir bem
Mesmo dormindo estou alerta
Eu sonho o que sentir vontade
E sinto que isso me liberta
Fluindo eu no cotidiano
Pensando, falando
Sentindo tocar o mundo delicadamente
Apenas o suficiente para transitar pelos enganos
Para conhecer o homem que sou
É necessário não o ser
E para conseguir não ser
É preciso dizer não ao ser que sou
Me veja dormindo em um sonho
Levante da cama e ande
Venha até mim e me toque
Olhe para si
Em outro estado de consciência
Não, não é sonolência
Eu sou o seu eu em outro lugar
Para ser completo é preciso sonhar
Ter de acreditar, e acreditar
Sim, eu troco o dia pela noite
Ou troco a noite pelo dia
Os dois são iguais, ilimitáveis
Acende e a apaga a luz do giro
Dormir me faz sentir bem
Mesmo dormindo estou alerta
Eu sonho o que sentir vontade
E sinto que isso me liberta
Fluindo eu no cotidiano
Pensando, falando
Sentindo tocar o mundo delicadamente
Apenas o suficiente para transitar pelos enganos
Para conhecer o homem que sou
É necessário não o ser
E para conseguir não ser
É preciso dizer não ao ser que sou
Me veja dormindo em um sonho
Levante da cama e ande
Venha até mim e me toque
Olhe para si
Em outro estado de consciência
Não, não é sonolência
Eu sou o seu eu em outro lugar
Para ser completo é preciso sonhar
Ter de acreditar, e acreditar
terça-feira, 22 de maio de 2007
Chapéu e Bambu
Ei, quero o chapéu desse cara. É um chapéu muito bonito, muito vistoso.
Não, menino, esse cara é meu e o chapéu vem junto com o pacote todo.
Toma uma rasteira, moço bobo, vê se tu não tá pro meu jogo.
Deixa esse moleque aí com esse chapéu de palha pálida e desengonçada.
E vê o chapéu, e sente que alguma coisa mudou. Será um chapéu?
Ele não sabe o que é, mas finalmente coloca o objeto na cabeça e sua vida muda,
Como em uma música, ele dança e se mexe como o chapéu faria, se fosse um desenho animado. Até a hora em que ele toma conta de minha cabeça, ou quase isso, porque chega ela e com seu bambu, me ataca.
Ela pega o bambu e dança como com um homem, ou alguma coisa roliça, em forma redonda, brinca como fazem os guerreiros, a natureza que automaticamente alcança sua íntima certeza. O instinto. Ela precisa brincar com o instinto, a natureza, a selva, a floresta, os bichos, o besouro, e o chinês talvez. Chapéu de malandro, canos e canos, planos de roubar a mocidade da menina, que foi pra China. Talvez um pouco de Cuba, mas não é preciso que seja mais que alguns segundos.
Somos felizes por pouco tempo, talvez. Somos felizes, apesar de tudo.
E fica um vazio entre toda essa dança e o guarda-chuva.
Ele é preto e está por ali sem querer nada. Fora de contexto. Ele me traz ao contexto.
De repente, perco minha ação, vejo que ela também perdeu. A única coisa que me resta fazer é girar o guarda-chuva. De cabeça para baixo, girar o guarda-chuva.
O guarda-chuva de cabeça para baixo.
Ei, quero o chapéu desse cara. É um chapéu muito bonito, muito vistoso.
Não, menino, esse cara é meu e o chapéu vem junto com o pacote todo.
Toma uma rasteira, moço bobo, vê se tu não tá pro meu jogo.
Deixa esse moleque aí com esse chapéu de palha pálida e desengonçada.
E vê o chapéu, e sente que alguma coisa mudou. Será um chapéu?
Ele não sabe o que é, mas finalmente coloca o objeto na cabeça e sua vida muda,
Como em uma música, ele dança e se mexe como o chapéu faria, se fosse um desenho animado. Até a hora em que ele toma conta de minha cabeça, ou quase isso, porque chega ela e com seu bambu, me ataca.
Ela pega o bambu e dança como com um homem, ou alguma coisa roliça, em forma redonda, brinca como fazem os guerreiros, a natureza que automaticamente alcança sua íntima certeza. O instinto. Ela precisa brincar com o instinto, a natureza, a selva, a floresta, os bichos, o besouro, e o chinês talvez. Chapéu de malandro, canos e canos, planos de roubar a mocidade da menina, que foi pra China. Talvez um pouco de Cuba, mas não é preciso que seja mais que alguns segundos.
Somos felizes por pouco tempo, talvez. Somos felizes, apesar de tudo.
E fica um vazio entre toda essa dança e o guarda-chuva.
Ele é preto e está por ali sem querer nada. Fora de contexto. Ele me traz ao contexto.
De repente, perco minha ação, vejo que ela também perdeu. A única coisa que me resta fazer é girar o guarda-chuva. De cabeça para baixo, girar o guarda-chuva.
O guarda-chuva de cabeça para baixo.
terça-feira, 15 de maio de 2007
Eu vi um cadáver estendido. Camisa branca bordada, um boné sobre o rosto, calça jeans azul e tênis. Seu corpo duro, a pele pálida, e havia caindo próximo à sarjeta, a poça enorme de sangue.Era quase negro, viscoso e vermelho de um inferno próximo de quarenta graus celsius. Ele andava de moto. A moto havia sido levantada, e piscava seu alerta. A polícia mantinha as pessoas afastadas, os curiosos, os vampiros, os fotógrafos de jornal, os amadores.
A morte é trágica de qualquer maneira. Morrer de velhice não deve ser assim tão vantajoso, em alguns momentos. Sofre-se muito durante a velhice, dores, perda dos movimentos, frouxidão no corpo, imagina...espero não ficar velho tão cedo. Há os que dizem que é bom estar mais velho, maduro. Quero ser um desses também, pois não vou me encontrar remoendo as dores além do físico, e talvez levando a um misticismo bonito e sincero de quem se sente bem com pequenos gestos.
E a vida é isso. Prazer. Enquanto se vive, é preciso ter prazer. Seja o prazer do sexo, do droga, da música, do vazio de idéias, da futilidade, o prazer da morte. E o sol queima mesmo, não tem dó. O corpo é vazio, e os bichos comem, gira a roda. Os bichos somos nós, os tarados sem rumo, traçados na vida de solas gastas. Os muros dizem que está chegando a hora de ir para casa. Eu escuto, sigo o conselho. Ela é companheira, não adianta. Melhor ser o amigo. Ela nos segue sempre. Espreita.
A morte é trágica de qualquer maneira. Morrer de velhice não deve ser assim tão vantajoso, em alguns momentos. Sofre-se muito durante a velhice, dores, perda dos movimentos, frouxidão no corpo, imagina...espero não ficar velho tão cedo. Há os que dizem que é bom estar mais velho, maduro. Quero ser um desses também, pois não vou me encontrar remoendo as dores além do físico, e talvez levando a um misticismo bonito e sincero de quem se sente bem com pequenos gestos.
E a vida é isso. Prazer. Enquanto se vive, é preciso ter prazer. Seja o prazer do sexo, do droga, da música, do vazio de idéias, da futilidade, o prazer da morte. E o sol queima mesmo, não tem dó. O corpo é vazio, e os bichos comem, gira a roda. Os bichos somos nós, os tarados sem rumo, traçados na vida de solas gastas. Os muros dizem que está chegando a hora de ir para casa. Eu escuto, sigo o conselho. Ela é companheira, não adianta. Melhor ser o amigo. Ela nos segue sempre. Espreita.
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