Andando assim, sujo minhas mãos no chão.
De cabeça para baixo, vejo o mundo-não.
Observo tudo da altura de um anão.
É possível uma outra interpretação.
Planto bananeira no meio da rua e
Se passa uma mulher bonita, a vejo nua.
Olho por debaixo de sua saia,
Se ela não se dá conta e a pego olhando na minha cara.
Quando não, a camisa cai na frente dos olhos.
Sinto-me um inútil, apenas pendurado pelos pés no ar.
Como um recém nascido tirado do ventre da mãe,
O corpo mais peludo, mais dramático e forte.
Cruzo as pernas, formato de cruz como Mariana.
Vejo de novo o contraste do sol com o tênis velho e calça.
Porra, coisa mais sem graça!
Calo entre e através de um momento gratuito de vida.
Como se fosse escrever, toco piano no teclado.
O do computador, não o Casio.
E toco pra caralho, feito o Duke Ellington.
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