domingo, 11 de janeiro de 2009

do chuveiro.

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Cai uma poça de álcool do copo
Deflagra a mesa errada
Joga-se uma cinza de um pincel branco:
Suicídio no cinzeiro

Levanto-me e vou ao banheiro

A fumaça discorre sobre o manto
A bolsa quieta no colo, no ventre
Encosta perto do sexo e cai uma dose
de pinga, esbarra, espia, vê, alivia, espera

Ainda estou lá

A televisão anuncia: oferta do mês.
Desvio o olhar, olhos escuros
Leio no rádio, escuto no muro,
Rio de besta que estou, gelatinado

Mais um pouco e você vai embora

Todo o pó estacionado
Um pós - bomba ou atentado
Chupa bala, bebe água
E sonhamos amanhã cedo

Pelo ralo do chuveiro


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Um comentário:

Dora Saunier disse...

Do chuveiro, cada pingo d'água que cai encharca minh'alma que espia a natureza fria dos dias ensolarados e febris de um verão caliente e sensual.....
Passei pra fazer um visita e deixar minha marca, o meu rabisco.
Quero acompanhar teu blog mas não achei onde clicar, volto depois.
Até mais ver.