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Dia sim, dia sim
Tento decifrar o seu jeito
De repente mais pra cá, mais pra lá
Qualquer coisa que vire defeito
Uma obra genial
De um artista inacabado
Sem espelhos,
Ele tenta remover seus monstros
Quem é que não sentiu piedade
De si mesmo?
Desse mês, morrer é certo
Resistir apenas ao sono e à idade
Qualquer instrumento
Criação de criança é vento
que sacode meus terremotos
Oba, brinquedos novos
Olhar para os lados
Lados são tantos, poucos olhos
Quantas possibilidades
Batem com o que concordo
Depende da hora
Sempre perfeita a obra
Quase nunca pronta, demora
Custa o tempo de uma vida fora
Vejo muito bem
Perfeita, você
Cheia de detalhes
Para entreter
Viajar é uma opção
Dar vida ao fruto
Beber para sempre do seu suco
Fazendo conchinha com as mãos
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Um comentário:
posso pedir dose dupla? da dignidade, digo.
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