Quase atropelou o ciclista na avenida
O burro homem que controla o carro,
O grande carro amarelo.
Ia atropelar seu futuro genro.
Perdeu o neto.
Deixou o dia ir embora sem beijo.
Ficava agora babaca, sentimental.
Pode ser que amanhã.
Perdeu o cheiro da mulher que ama.
Nunca mais.
Pode-se parar de trabalhar, está tarde.
Mas se vê umas pessoas reunidas,
Pode esperar muito tempo.
Ótima oportunidade de se melhorar.
Não se perde nada com dignidade, a menos isso.
São tempos estranhos.
Noite e dia são um mesmo lugar
Mas quando chega a hora de ir embora,
Parece que dentro e fora fazem um círculo louco.
Quase não agüento, e um dia, terei de falar.
É terrível a miséria do homem.
Ele quer, mas não pode. Ele não sabe bem o que quer.
Quando há o confronto, ele comete seu pior erro: pensa:
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