Talvez seja o inverno um bom tempo para escrever.
Um bom tempo para se viver, para achar que vale a pena o morrer para amar.
O frio que ameaça chegar no rio, acolhe o corpo e vamos em frente, com teatro
Com música, com conversas suspensas em mistérios
Entre pouca coragem e muita vontade.
Em alguns lugares, a neve branca cai nas cabeças, enfeitam carros.
Por aqui ainda somente as ondas estão chegando na calçada.
Bom tempo, o inverno, para se terminar uma coisa que foi legal.
Bom tempo para se começar uma coisa que vira tudo ao avesso.
Uma sacudida e um grito pedindo para acordar.
Esquecer desse mundo que dizem que.
Voar e tocar, sentir com tudo os átomos se misturando.
Dançam. Pode ser parecido como a dança que fiz, sem compromisso.
O mágico está nessa forma de fazer mágica com o que acontece.
Acontece sem se perceber, e só depois sabemos. Mágica.
E lá fora chove como o choro que quer cessar, mas ainda falta aqui dentro.
Falta alguma coisa, e ela vai caindo e se escuta alguns barulhos de pingos, de gotas.
A chuva que diz: limpa. Leva o que já foi bom, e aconteceu. Deixa viva a sua vida.
E aos poucos o inverno vai ficando confortável.
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