sábado, 29 de novembro de 2008

Eu não espero nada de um sábado à noite.


Na duração de sábado
As gotas caem anunciando, enfim,
Tédio.

Salvo por poças e amarelados ciclos,
Não salvaria meu ego tentar se afogar
Em um sorvete.

Uma grita dali:
- Vâmo na Lapa!
Arrasta-se até o vestido no chão molhado

Ouço vozes:
- Sinuca!
A mesa de sinuca não é verde. Esqueça!

Eu finjo para mim que fui.
Cá estou caminhando no meio de gente,
Carroças, parques de diversões e luzes ótimas.

Garçom! (mas aqui não há garçom.)
Tenta disfarçar o olhar, mas se vir o outro lado
Vai encontrar o mesmo bêbado

Ele apenas está em um estágio superior
De alcoolismo. Peça a barata!
Ninguém está aqui pelo sabor.

Encanta a serenata
Dos passos dos artistas, dos vagabundos,
Da polícia que faz o serviço de gari.

São cinco horas, não estou em casa.
Sem despertador é um labirinto
O caminho de dormir

Cheguei em um simples instante
Basta dizer. Não penso em querer.
Apenas estar.

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