Dia de Natal, dia de cozinha atípica.
Privilegiados comem carne, pão, frutas e rabanadas.
Privilegiados trocam presentes, achando algum sentido nisso.
Somente depois de meia-noite, ou seja, somente no dia vinte e cinco.
Dia de Natal, mais um dia de família faminta.
Da janela de um ônibus, eu que também não sou rico (sou privilegiado),
Observo que não existe calendário para um mar de gente.
Gente que mora na avenida.
Natal, bacalhau, Natal, Papai Noel.
O bom velhinho pergunta:
“Você foi um bom menino este ano?”
“Fui. Passei de ano e obedeci a meus pais.”
Natal, carnaval, desfile de compras.
O mau velhinho pergunta:
“Você foi um bom menino este ano?”
“Fui. Não matei ninguém. Aquela moça só levou um corte na barriga, mas já está bem.”
Ho, ho, ho!
“Parabéns! Vai ganhar uma bicicleta, um tênis Nike, e um vídeo-game!”
Pow, pow, pow!
“Parabéns! Vai ganhar uma viagem para conhecer o velhinho do xilindró da FUNABEM!”
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