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Sabia pouco a respeito do próximo minuto.
Quase não vacilava sobre o presente, pois sabia.
Poderia ver entre todos os furos do mundo.
Poros nivelados pelos tipos infinitos de direção.
E o relógio era só um objeto decorativo.
As horas não existiam. Elas não existem, de fato.
Fato é que não há fatos. Apenas o talvez que escrevo.
Dançam em linhas retas, as palavras de gosto azedo.
Não queria ver nascer o dia, pois o claro incomodava.
Iria dormir, como sempre com o abrir do metrô.
Grades que fazem um barulho de manhã ou noite,
Dependendo do grau de sobriedade do sujeito.
Manhã de sono, sonhos com nozes.
Comidas leves, medidas sérias.
Tomadas chocadas, sadias, elétricas
E todas as frestas existentes nas portas entreabertas.
Como o meu coração entreaberto, por onde entra
Sangue de cor vemelha, e sai de cor azul.
Os suspiros que partem da visão, do olfato, enfim,
dos sentidos cinco e talvez um pouco mais além disso.
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2 comentários:
mas 'todos os furos do mundo' é muita coisa, não é não?
"...it´s a small world after all..."
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