sexta-feira, 26 de março de 2010

Sinfonia número dois, de Salvador Dalí.

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O que se vai, é o que deve ir.

Se não fica, deve.

Antes do final definitivo,

O final verdadeiro e fatal,

Sinto ser difícil, muito,

Abrir as mãos e deixar voarem

As lembranças para o chão.

Balançando suavemente, penas

Caindo levemente sobre a quentura

Do chão.

E matando o silêncio do agora.


E como se não houvesse hora,

Parto para cima de tudo

Moendo os caminhos do que me tenta

Brecar.

Cometo algum crime, um crime qualquer,

Um ato contraventor

Como uma corda amarrada ao ventilador

No teto de uma casa em Vila Isabel.

Pendurando um pardal bege.

Pálido sob o brilho da luz esbelta.


E as telas de Chopin me fazem arder

De pimenta em tudo, até sopa, na Bahia.

Café não, pois que não cede.

Nem tudo pede uma tragédia, pois há quem ceda

Ao violento estar de um feiticeiro no ápice da manhã.

Impaciente o beija, e ele quer o carinho.

E sentia o sol pressionando seu couro.

Seus pelos e tudo o que mais poderia querer

Naquele lúdico dia.

E era simplesmente tudo e nada, sem escolha.


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