quinta-feira, 7 de abril de 2011

À integridade!

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Me indefini.
O que hoje sou não pertence a mim,
ao mundo, como uma esfera de importância mil.

Jogo para trás, seja num buraco pra enterrar mendigo,
todos os meus restos, tudo o que sai de mim, passado.
Pode ir em paz, ao rest.

Apenas escuto coisas, melodias, hamonias bandidas.
Que doa dizer isto, pois que me invadem e eu gozo.
Só a música pode fazer isto com dignidade.

Sou como o gole de cerveja
que cumpre seu papel.
Ele desce, é gostoso, refresca, e só.

Não tem vida definida,
algo que implique no seu
desenvolvimento como alguma coisa dita.

Sou como não sou nada!
Estou assim, ou de outra forma, cada hora é uma hora
e tudo é diferente e vivo, eu só sei o que sei.

Tudo isso é tudo.
É nada. Isso tudo não passa de nada.
Como as coisas que dão no papel como se dessem na alma.

Como se houvesse alguma alma,
a não ser na palavra.
No sentido bom da palavra.


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Um comentário:

Natasha Pinto disse...

que doce! "me indefini" é muito manoel de barros.