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Não bastasse eu ter de carregar meu corpo
Mochilas nas costas
E instrumentos musicais
Não dialoga que são especiais
Pesam da mesma forma, até mais
Fosse assim, dinheiro era concreto
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escritos verídicos e inverídicos, imagens da vida e um espaço livre. [ considere ler de trás pra frente ]
domingo, 29 de maio de 2011
sábado, 28 de maio de 2011
Armadilha
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Os cavalos árabes correm em disparada contrária
As árvores, contorcidas, viram a cara
A natureza sabe que alguém de fora chegou
O dia escurece como se fosse ontem
E o vento, empurra como nunca soprou
Até mesmo a grama se esparrama em caldo
Armadilha pra escorregar
Cachoeiras, frutas que caem na terra
Água que corre nas folhas se torna veneno
Rostos nas pedras se zangam ao ver chegar
As cigarras escondidas gritam sem pensar
A sabedoria faz ronda naquele ecossistema
O homem da cidade tem vaidade
Armadilha pra escorregar
Assexuada, a flor retorce em libido
O rio que sempre nadou sem motivo
Agora se banha vestido
O vôo da borboleta é desajeitado
Uma lagarta que descobriu o caminho sagrado
Flutua no ar sem saber nem chegar
O homem tem perfil de vírus
Se espalha e quer multiplicar
Viola o espaço
Finda o infinito
Espécies à mostra em pequenos vidros
Ondas gigantes perderam seu lugar
Se encheram de força e voltaram pra buscar
Os animais, meteoros e o mar não irão perdoar
Esperam pacientemente pela hora de atacar
Armadilha pra escorregar
01/01/2005
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Os cavalos árabes correm em disparada contrária
As árvores, contorcidas, viram a cara
A natureza sabe que alguém de fora chegou
O dia escurece como se fosse ontem
E o vento, empurra como nunca soprou
Até mesmo a grama se esparrama em caldo
Armadilha pra escorregar
Cachoeiras, frutas que caem na terra
Água que corre nas folhas se torna veneno
Rostos nas pedras se zangam ao ver chegar
As cigarras escondidas gritam sem pensar
A sabedoria faz ronda naquele ecossistema
O homem da cidade tem vaidade
Armadilha pra escorregar
Assexuada, a flor retorce em libido
O rio que sempre nadou sem motivo
Agora se banha vestido
O vôo da borboleta é desajeitado
Uma lagarta que descobriu o caminho sagrado
Flutua no ar sem saber nem chegar
O homem tem perfil de vírus
Se espalha e quer multiplicar
Viola o espaço
Finda o infinito
Espécies à mostra em pequenos vidros
Ondas gigantes perderam seu lugar
Se encheram de força e voltaram pra buscar
Os animais, meteoros e o mar não irão perdoar
Esperam pacientemente pela hora de atacar
Armadilha pra escorregar
01/01/2005
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sexta-feira, 27 de maio de 2011
certas coisas aconteceram, de momento auge, à constante busca pela excelência,
da derrota, à amarga medalha de prata.
o prazer é o mesmo, continuam as loucuras, melhor marca do ano,
caminhadas intermináveis, tudo na base do sonho.
sem técnica, somos zagueiros e contamos um teste,
quando se encara uma macaca, a coisa fica merecida.
No Brasil e no mundo, tenho vangagem, tenho ginga, 360 graus,
fiquei poderoso. Posso assistir a dois programas ao mesmo tempo,
posso conversar e escrever um poema, beber cerveja e comer Doritos,
posso escovar os dentes e enxergar o espelho. Passar o fio.
certas coisas aconteceram, não somos mais os mesmo, os balões
voam e o fogo insiste em queimar por debaixo do pano.
precisamos fazer tantas coisas, mas e se não quisermos?
Acompanhei o reporter cauteloso.
precisamos fazer tantas coisas, precisamos fazer
precisamos, precisamos.
certas coisas
aconteceram
certas.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Medo É Só medo
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Chora, poeta.
Todo o Rio que corre por teu rosto.
E as fotos, viradas
Ao avesso, viraram conchas ao mar.
Chora, poeta,
Que teu amor é reza,
Minha oração.
Saudade de você com ela.
Vai, mas vai com medo.
Vai com medo, mas vai.
Fica parado não.
Vai com o respeito
De um guerreiro que cai.
Medo é só o começo.
Não há segredos.
Medo se enfrenta.
Sente-se plenamente, sim,
Mas um dia ele recua.
O medo, ao ser derrotado,
Te livrará dele pelo resto da vida.
Te dará clareza:
Mais um inimigo.
Chora teu sonho, poeta.
Deixa rolar a água salgada
E o doce na língua.
Sonha teu doce, guerreiro.
Ao adormecer, busca correndo
O que perdeu dormindo.
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Chora, poeta.
Todo o Rio que corre por teu rosto.
E as fotos, viradas
Ao avesso, viraram conchas ao mar.
Chora, poeta,
Que teu amor é reza,
Minha oração.
Saudade de você com ela.
Vai, mas vai com medo.
Vai com medo, mas vai.
Fica parado não.
Vai com o respeito
De um guerreiro que cai.
Medo é só o começo.
Não há segredos.
Medo se enfrenta.
Sente-se plenamente, sim,
Mas um dia ele recua.
O medo, ao ser derrotado,
Te livrará dele pelo resto da vida.
Te dará clareza:
Mais um inimigo.
Chora teu sonho, poeta.
Deixa rolar a água salgada
E o doce na língua.
Sonha teu doce, guerreiro.
Ao adormecer, busca correndo
O que perdeu dormindo.
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segunda-feira, 23 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
gravidade
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quando me deixei cair, sabia que estava no alto.
voar é possível.
dê valor ao querer mais íntimo.
e agora, no meio do salto,
chamo a isso precipício.
há alguns segundos me precipitei.
a queda é a única regra
da qual não se escapa.
e a única lei é a da gravidade.
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quando me deixei cair, sabia que estava no alto.
voar é possível.
dê valor ao querer mais íntimo.
e agora, no meio do salto,
chamo a isso precipício.
há alguns segundos me precipitei.
a queda é a única regra
da qual não se escapa.
e a única lei é a da gravidade.
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quarta-feira, 18 de maio de 2011
TIJOLO
O tijolo é interessantíssimo, da santidade maior, do sacrilégio final, da goma e do caroço.
Geralmente de cor que tende a alaranjado, o tijolo nunca reclamou de nada. Temos uma relaçao calma.
Nunca houve um final real para nós dois, eu e o tijolo. Alguns estilhaços para cá e para lá, mas só.
Nenhuma hostilidade nociva, propositalmente venenosa, tudo na maior lealdade, dentro da ética dos
corpos.
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segunda-feira, 16 de maio de 2011
escrever com palavras tudo o que eu quero escrever
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A caneta perfura o papel que voa
Nas paredes que secam o instante que apavora.
Nossa, que frase andante, quase alguma coisa nenhuma.
Se achar o sentido, me ache e me diga, me diga o achar e não
O sentido
O sentido
Norte levará você ao comandante da embarcação,
Que resiste à água e se instala nas pedras gelatinosas do deserto.
E a outra que leva ao outro lado de terra, outra cidade, governo, faz
Uma frase sem sustentação de significado para alguns iletrados com toda causa.
Escrever com palavras tudo o que eu quero escrever já é não escrever tudo o que eu queria escrever.
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A caneta perfura o papel que voa
Nas paredes que secam o instante que apavora.
Nossa, que frase andante, quase alguma coisa nenhuma.
Se achar o sentido, me ache e me diga, me diga o achar e não
O sentido
O sentido
Norte levará você ao comandante da embarcação,
Que resiste à água e se instala nas pedras gelatinosas do deserto.
E a outra que leva ao outro lado de terra, outra cidade, governo, faz
Uma frase sem sustentação de significado para alguns iletrados com toda causa.
Escrever com palavras tudo o que eu quero escrever já é não escrever tudo o que eu queria escrever.
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sexta-feira, 13 de maio de 2011
Vou Indo
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Me deixe passar livremente pelas calçadas
Homem sujo que anda em minha direção
Pela sujeira não te julgo, homem
Vejo imundo o seu corpo e de uma coisa eu sei:
Seu coração é limpo
O gato quer caminhar livremente
Ô casal que senta na escada
Sei que delícia é namorar assim
Sentir o calor, sei lá, friozinho
Deixa o gato comer, ó o caminho
Mulher, que tanto você fala?
Se vê gente, pensa: falar
E o faz de um modo estranho
Anda pra cá e pra lá, faz coisas do mundo
E fala até dormindo
Quem quer uma prova de amor?
Eu faço. Vendo, Troco, Negocio.
Neste momento, não é brincadeira não
Eu aceitaria uma torta gelada, de chocolate
Mas você nunca me viu sorrindo?
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Me deixe passar livremente pelas calçadas
Homem sujo que anda em minha direção
Pela sujeira não te julgo, homem
Vejo imundo o seu corpo e de uma coisa eu sei:
Seu coração é limpo
O gato quer caminhar livremente
Ô casal que senta na escada
Sei que delícia é namorar assim
Sentir o calor, sei lá, friozinho
Deixa o gato comer, ó o caminho
Mulher, que tanto você fala?
Se vê gente, pensa: falar
E o faz de um modo estranho
Anda pra cá e pra lá, faz coisas do mundo
E fala até dormindo
Quem quer uma prova de amor?
Eu faço. Vendo, Troco, Negocio.
Neste momento, não é brincadeira não
Eu aceitaria uma torta gelada, de chocolate
Mas você nunca me viu sorrindo?
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segunda-feira, 9 de maio de 2011
Do lado de lá da cidade
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Abro a janela da minha casinha,
Sou tocado pelo sol
Que fazia o movimento de
Translação
E as folhas sabiam
Que o vento toca
E sempre souberam
De tudo o que acontece
O sambinha instrumental
É o que chama a atenção
Das formiguinhas
Que escutam o som
Guitarra molhada
Com whisky
É o champagne dos aflitos
É carnaval no inverno
Eu que já morei na cidade
Ouso dizer que sou alguma
Coisa tipo poeira
No banho de estrelas
Perdão, onde vai?
Está perdoado.
Então?
Então o que?
Onde vai?
Não vou.
Com licença.
Peça “por favor”.
E a casa se arrumava sozinha
Naquele sábado outonado
De amor atrasado
Ela se fazia
E eu continuo
Com minha pena escrevo
De joelhos até que um
Milagre aconteça
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quinta-feira, 5 de maio de 2011
O difícil é fácil
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Pode até parecer um pouco exagerado da minha parte
Chegar assim até você e te contar o que sinto.
Conheço as extravaganças deste mundo e te conto
Em questão de segundos todos os mitos.
Mas quero que saiba que venho aqui não somente
Pelo sentimento de caridade e cuidado, mas pelo amor
Que eu tentei manter dormente, sedado e escondido
Esse aí de vida própria que mora em mim e é senhor.
Conte-me bailarina, de quantas rimas preciso para que veja
Quantas músicas compus nas nossas pautas em branco
Que falam de um lugar incerto no futuro, em algum lugar
Talvez em horas, ou décadas de décimos, amanhã,
O sol aponta em todas as direções, mas com que dedos?
Se ele me toca, como faz? Se me lambe? Língua me esquenta.
Pode até parecer um pouco exagerado da minha parte,
Mas você seria um pouco sensível demais ao ponto da ignorância.
Não é exagero nenhum, é só que a vida me mostrou que acaba.
Tudo isso é nada, somente nossa memória, tentativas, aventuras.
E pra alguns tudo passa e o que aconteceu nunca mais acontecerá.
Concordo em partes, em tempos, em contrastes e quero sempre melhor.
Eu acho que é possível, acho sim, tenho certeza que dá,
É preciso estofo. É preciso material, Fé, amor, vontade real.
Quantas tolices já disse nisso que já disse que não diz disso?
Quantas perguntas farei até o próximo ser o próximo a ir embora?
Pode parecer um pouco estranho, um sujeito como eu, inusitado,
Parar bem na sua frente e achar que agora seu mundo pertence ao dele.
É como diria uma velha vizinha, aquela senhorinha sábia e tranquila:
Menina, você ganhou na loteria!
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Pode até parecer um pouco exagerado da minha parte
Chegar assim até você e te contar o que sinto.
Conheço as extravaganças deste mundo e te conto
Em questão de segundos todos os mitos.
Mas quero que saiba que venho aqui não somente
Pelo sentimento de caridade e cuidado, mas pelo amor
Que eu tentei manter dormente, sedado e escondido
Esse aí de vida própria que mora em mim e é senhor.
Conte-me bailarina, de quantas rimas preciso para que veja
Quantas músicas compus nas nossas pautas em branco
Que falam de um lugar incerto no futuro, em algum lugar
Talvez em horas, ou décadas de décimos, amanhã,
O sol aponta em todas as direções, mas com que dedos?
Se ele me toca, como faz? Se me lambe? Língua me esquenta.
Pode até parecer um pouco exagerado da minha parte,
Mas você seria um pouco sensível demais ao ponto da ignorância.
Não é exagero nenhum, é só que a vida me mostrou que acaba.
Tudo isso é nada, somente nossa memória, tentativas, aventuras.
E pra alguns tudo passa e o que aconteceu nunca mais acontecerá.
Concordo em partes, em tempos, em contrastes e quero sempre melhor.
Eu acho que é possível, acho sim, tenho certeza que dá,
É preciso estofo. É preciso material, Fé, amor, vontade real.
Quantas tolices já disse nisso que já disse que não diz disso?
Quantas perguntas farei até o próximo ser o próximo a ir embora?
Pode parecer um pouco estranho, um sujeito como eu, inusitado,
Parar bem na sua frente e achar que agora seu mundo pertence ao dele.
É como diria uma velha vizinha, aquela senhorinha sábia e tranquila:
Menina, você ganhou na loteria!
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terça-feira, 3 de maio de 2011
Dois loucos no bairro
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um passa os dias
chutando postes para ver se acendem
o outro as noites
apagando palavras
contra um papel branco
todo bairro tem um louco
que o bairro trata bem
só falta mais um pouco
para eu ser tratado também
.(Paulo Leminski)
um passa os dias
chutando postes para ver se acendem
o outro as noites
apagando palavras
contra um papel branco
todo bairro tem um louco
que o bairro trata bem
só falta mais um pouco
para eu ser tratado também
.(Paulo Leminski)
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