.
Os cavalos árabes correm em disparada contrária
As árvores, contorcidas, viram a cara
A natureza sabe que alguém de fora chegou
O dia escurece como se fosse ontem
E o vento, empurra como nunca soprou
Até mesmo a grama se esparrama em caldo
Armadilha pra escorregar
Cachoeiras, frutas que caem na terra
Água que corre nas folhas se torna veneno
Rostos nas pedras se zangam ao ver chegar
As cigarras escondidas gritam sem pensar
A sabedoria faz ronda naquele ecossistema
O homem da cidade tem vaidade
Armadilha pra escorregar
Assexuada, a flor retorce em libido
O rio que sempre nadou sem motivo
Agora se banha vestido
O vôo da borboleta é desajeitado
Uma lagarta que descobriu o caminho sagrado
Flutua no ar sem saber nem chegar
O homem tem perfil de vírus
Se espalha e quer multiplicar
Viola o espaço
Finda o infinito
Espécies à mostra em pequenos vidros
Ondas gigantes perderam seu lugar
Se encheram de força e voltaram pra buscar
Os animais, meteoros e o mar não irão perdoar
Esperam pacientemente pela hora de atacar
Armadilha pra escorregar
01/01/2005
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário