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E os livros, discos,
Os poemas esquecidos...
Os rabiscos, tentativas de
Desenho no vidro...
Onde foram todos?
Onde mora a arte em mim?
Se pego um violão
Ou instrumento qualquer,
Ao toque de um botão,
Casa sim, casa não, menor em ré.
Juventude na escrita
Não difere da vida, ao pensar que
Cada golfada de ar que inspiro,
Expiro o suspiro de células, alívio
Quantas vidas você tem?
Quantas peles já trocou?
E as células, são de nascença?
Seus olhos são de neném?
Onde está sua idade?
Você tem quantos anos?
Minha idade cai à medida que
O mundo vai - caminhando.
Você tem os olhos do seu pai!
As pausas da sua avó!
Pra quem vive muito só
Eu em mim é gente demais!
Essa boca é do titio...
O maxilar é do vovô...
Assim, me repartindo, rio
E, afinal, quem eu sou?
Será mesmo esta vida,
Este mundo, esta aventura,
Algo a se classificar?
Quantas vezes, meu deus,
Sem ser religioso – ateu -
Posso seu nome chamar?
Números, mágicos silêncios
Que arranjaram para falar
Com anjos inteiros, em inglês,
Espanhol, grego ou alemão
- Said the general
But generals don’t say please
Que dirá thank you!
Pra onde vão todos os ladrões de ônibus,
com toda sorte de bugigangas
Quando saltam dos busões?
Montam uma barraca “fast money”
Ou fogem de Robin Hoods que
vagueiam desnorteados, dessulizados,
Deslesteados e por quão desoesteados?
E se vagueiam em tal situação,
Não custa perguntar: Tudo bem?
Alguns dirão que não. Que importa?
Alguns dirão que não querem porta.
Eu não venho aqui para contar nada,
Se assim quisesse, não fugiria contente
Das ciências matemáticas.
Venho aqui para fazer qualquer coisa
Que não seja escrever, e por isso
escrevo e talvez assim venha a morrer.
Métrica, verso, rima, prosa...
Que valor vital tem tudo isso
Quando a menina que o tem goza
E lhe escarra um belo sorriso?
Ah! Suspiros no corredor?
Colham tudo! De beterrabas a
Aspiradores de pó! Me deixem!
Deixem-me aqui completamente só.
Desembaraçando os nós do teu cabelo
Fazendo massagem nos teus pés
Lábios no teu pescoço e o cheiro
Que me causa tamanho revés.
Onde você sumiu?
No mato da hibernação climática?
Não ouço mais o velho telefone
Que tantas vezes já te ouviu...
Onde mora a arte em mim?
Já me perguntaram hoje.
Respondi que almocei, sim.
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2 comentários:
Muito bom.
Que belo!
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