quarta-feira, 20 de maio de 2009

Beira da Estrada

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Falo em liberdade.
Estou preso.
Eu posso voar.
Falo em liberdade, não sei falar.
Sei sair. Quero com você.
Vamos beber a madrugada.
Vamos embora. Nunca mais voltar.
Virar um quadro.
Dois bêbados, de mãos dadas na beira da estrada
De madrugada na Barra.
As luzes estarão sempre brilhando enquanto houver noite.
Como naquelas fotos em que as luzes fazem trilhos.
Não aparecemos nas fotos.
Sombras incertas, sem história.
Sem família, sem dinheiro, sem cama, sem roupa.
Falo em liberdade.
Bebo à liberdade.
Estou preso.
Mas tenho as chaves.
Diz se quer sair ou quer ficar.
Eu posso voar. E você?
Seu ônibus vem. Não, não vá.
Foi.
Caminho como sempre sozinho.
Livre.
Mas sozinho.



(07/11/2006)
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Um comentário:

Natasha Pinto disse...

ahhh nós éramos muito, muito engraçados