Uma pausa
Hoje poderia não acontecer nada
Silêncio da tarde
Reflexo do sol sem roupas
Queimando calmo e cego
Os quadrados por onde atravessa
O cão que late uma, duas, quatro vezes
E pára. O não-chegar das pessoas, vem e vai
Sentinela do prazer do fluxo
E mais: sem relógios
Sem o tempo que nos cerca
O sol parado, a Terra parada, o dia em finitude
Hoje poderia não acontecer nada
Nem o cantar do pássaro que treina
Suave o hino forte de mais tarde
Nem o digníssimo trabalho
De fazer o que não se quer na hora
em que não se quer
Dia suspenso!
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