sábado, 9 de maio de 2009

A face sem olhos, do desespero hemorrágico jovem

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A lua fez luz essa noite
Clareou o que estava escuro
Escureceu o que havia claro
Fez-se tão momento raro

E depois de ações falidas,
Nada.
Tudo resolvido, não há defeito
Há isto, apenas, o escrito.

Em que se apóia o poeta?
Frases bonitinhas, elogios, muletas?
Eu quero que meu sangue escorra
Da boca, nariz e olhos

Se for preciso isso para ferver
Esse coração tão gelado,
Parece que é neve por todos os lados
Mal cabe o que eu termino de escrever.

Se for preciso fogo,
Fogo veremos logo.
Bota lenha no fogo
Antes que acabe o fogo.


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