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Artista não tem moral.
Poeta não tem pudor.
Eu, como artista, em geral
Tenho é muito suor
Que escorre pela testa
E faz lagoas e torna-se frio.
Eu moro em minha festa.
Meu néctar eu bebo no Rio.
Ele escorrega com a gravidade
Que, tamanha a força, não se sente.
Olha que disparidade!
O artista não mente.
O artista mente em verdade.
Ele mente nela, e não por bordas.
Ele se priva de intimidade
Para dar-se ao mundo, à prova.
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Um comentário:
Um poema cheio de poesia.
Abraço.
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