escritos verídicos e inverídicos, imagens da vida e um espaço livre. [ considere ler de trás pra frente ]
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Bacalhau, vovó Sônia, papai Junior, Vovô Francisco, ah vôôô.....!
Uma árvore grande, luzes piscando, musiquinha - a tradicional.
Presentes grandes e caros, obrigado! Na infância havia abundância.
E a casa era cheia de convidados. E era bom só quando meus pais eram separados,
pois juntos era muito chato. Eu não lembro como era, mas era chato.
No natal, faz falta lentilha no arroz, azeite pra deleite.
Faz falta rabanada crocante e metricamente molhada.
Falta música alta!
Música antiga, rock and roll, reggae, música chata. Jazz.
Blues e funk são quaase iguais, quando se trata de Natal.
Falta um som bom, profissional, falta cadeira pra sentar,
e ar condicionado em todos os ambientes.
Corrida na casa da vovó, na rua Moura Brito, presentes,
muitos presentes, coisas gostosas, castanhas de todos os tipos.
Comida e muita fartura. Não lembro tão bem do bacalhau,
não havia obsessão. Hoje em dia eu só penso na hora de comer
aquele peixe seco, duro e salgado. E caro!
Objetivo sobre o tempo
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Lembre-me mais tarde
E o menestrel das noites, muitos surgirão.
Mas, mudando de assunto, o computador, hoje,
Está me atrapalhando muito no que diz respeito
Ao ato de escrever.
Como não é direto e fisicamente ligado ao corpo humano,
Como acontece nas já aposentadas máquinas de datilografar,
O computador funciona por seus próprios meios.
Meios estes que, ao serem acionados pela tecla ou clique,
Correrão por várias etapas até chegar ao meu objetivo.
Qual é o meu objetivo?
Ter o texto escrito no ato de falar.
No tempo de falar. No tempo da fala.
Morou?
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terça-feira, 15 de dezembro de 2009
ela, ela, ela... é festa na favela!
E os fogos são esparsos lá no céu. E brilha a noite envolvida de cores vindas do morro em frente à minha janela da sala. É festa na favela. Flamengo campeão, sim. A seca acabou. Caminhão tombou, carreta enguiçou, avião atrasou, kombi não passou, enfim: o carregamento chegou! Soltem fogos, comemorem! Feliz Natal, finalmente, podem dizer aqueles que dependem disso. Feliz Natal! E alguém me disse que desgosta desse alvoroço por Natal e, por isso, gostou de ver que no meu blog não havia nenhuma menção a ele. Pois aí está. Queimei-me a língua perante uma fã específica. Que hajam outras. Especificidades. Fãs. Não tão elegante dizer assim, mas alguém que olhe dentro dos olhos e sinta alguma admiração. Ultrapassa a aparência, vai além do talento. É o tempo que poucos dão a si próprios para olhar dentro do outro. E nesta noite de fogos, de festa e alegria na favela, a alegria contagia também meu simples apartamento, duas ruas abaixo. Pois moro na tijuca e aqui não há lado sem morro. E não há morro sem favela. Se houver, alguém me conte. Vou pra lá e juro que não espalho a notícia. Mas eu não juro. - disse. Nem espalho a notícia. - completou.
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sábado, 12 de dezembro de 2009
...acho que sendo impecável..
mas uma vez fui a um pai de santo muito respeitado por aqui..
pra ele jogar pra mim.
ele jogava, olhava pra mim, jogava, olhava pra mim...
Rafael diz (04:14):
fechava o olho, franzia a testa...
e ele disse que não podia..
que meu corpo era fechado
Rafael diz (04:15):
que não conseguia ver nada.
Rafael diz (04:16):
ele disse que não ia cobrar nada, como se não pudesse cobrar mesmo, já que não conseguiu fazer o jogo.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Final de Campeonato
Eu gostaria tanto de ter um, pelo menos um ingresso para ir sozinho ao Maracanã no dia 06, quando o Flamengo tem a chance de ser Hexacampeão Brasileiro de Futebol. Isso no campeonato mais equilibrado de todos da era de pontos corridos. Quando eu falei sobre ir sozinho é claro que estarei acompanhado de mais de oitenta mil pessoas torcendo por uma vitória simples do Flamengo. Isso mesmo, eu sou Flamenguista. Um ingresso de cadeira estava sendo vendido nas bilheterias, por trinta reais a inteira e, obviamente, quinze reais a meia-entrada. Arquibancadas quarenta, e vinte, respectivamente. Os ingressos se esgotaram no primeiro dia de venda. Vários dias antes da abertura das bilheterias já havia um bocado de gente acampando na fila, para esperar os tão sonhados ingressos. É a final do campeonato, não há dúvida. Eu quero tanto ir neste jogo, sou flamenguista desde criança e nunca hesitei por outro time. Tenho camisa, bandeira, canto o hino e vou a pelo menos 10 jogos por ano. Mereço estar lá. Quem poderia ficar dias numa fila de ingresso? Certamente alguém que não trabalha, não estuda, e tem como profissão fazer fila no Estádio. Nós, trabalhadores, pessoas que têm o que fazer; nós que fazemos parte realmente da nação rubro-negra e não podemos comprar nossos ingressos, o que fazer? Ingresso Fácil, pessoas, não usem este serviço. É péssimo. Ouvi falar. Alguém aí tem um ingresso sobrando? Eu pago. Pago inteira, apesar de ser estudante. Quanto custa ficar na fila? Cinquenta reais por dia está de bom tamanho? Para quem ganha pouco - a maioria na fila - é um bom cachê diário. Dois dias? Cem reais. Cento e trinta pela cadeira e cento e quarenta pela arquibancada. Ingresso legítimo? Ainda corremos o risco de comprar ingresso falso. Ingresso Fácil. Ainda corremos este risco. Eu sou capaz de chorar se não conseguir entrar no Maracanã, no Domingo. Bando de cambista filho da puta! É de vocês que vou ter que comprar! Inglórios mercenários. São todos vascaínos, tricolores ou botafoguenses - que fique claro que não estou xingando os torcedores de times rivais, mas sim os cambistas, não por eles serem de fato o que xinguei, mas por terem me tirado a oportunidade de exercer minha Flamenguice e ver a final do campeonato e participar deste momento histórico. Eles estão pedindo quinhentos Reais! Seiscentos, e já vi setecentos! Setecentos Reais! Aposto que esses não são flamenguistas. Eu sim, sou. Choro se não conseguir ir ao jogo. Será que alguém pode me ajudar? Idiotas, nós seremos campeões de qualquer maneira. Só de raiva. Eu vou entrar, nem que seja pelo cano.
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009
que se virem
chuva forte, ele saiu correndo para não se molhar tanto. me pergunto o porquê disso, posto que é água, apenas. corria mais que a própria chuva, e assim não se molhava tanto, de fato. rapidamente chegou a uma barraquinha dessas que vendem coisas doces, principalmente, além de uma coisa ou outra, você sabe, aquelas besteirinhas pra comer, como amendoim, bananada, balas, chocolate... ele pediu bananada e queria um desconto de vinte por cento no pequeno produto de cinquenta centavos. pensou no trabalho que teria pela frente. e eu, você me pergunta, como é que eu, escritor, sei o que o cara pensou, e eu te digo de bate pronto que sei porque eu que invento as coisas aqui, camarada. aqui eu crio tudo ao meu modo, neste simples espaço branco preenchido por palavras, aqui eu faço o meu mundo, aqui sou o Deus. e outra coisa, esse dê maiúsculo não significa em absoluto algum tipo de veneração e/ou (isso é péssimo) muito menos um sentimento materno de culpa, ou medo, esse aí o pior, medo. Mesmo assim rumou para onde realizaria seu trabalho, seu ofício temporário. Pagou com solas e em alguns minutos subia tudo o que era andar atrás de um calor, um trocado, um copo de guaraná. Feito o tento, pegou suas coisas e puf! foi embora. de elevador, que, quando desce, deveria ter outro nome, não faz sentido? A coisa toda durou menos do que isso tudo aqui, e durou muito tempo, aqui foi rápido, mas isso é relativo, diria algum idiota da faculdade. Ou diria algo do tipo... algo que contraria o que foi dito antes, ou uma contradição de uma idéia afirmativa. Por exemplo, uma não-aula, um não-professor, uma não-festa, um não-sim. é duro. não é, é mole, vai criando uma gosma que, imensamente prazerosa, se envolve em tudo o que há em volta, parando somente para dormir, como ele faz agora.
sábado, 28 de novembro de 2009
Considero Estender
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Tecer um avião é de se admirar.
Enrolar um cubo é estender um assunto.
Fritar as páginas do livro que lê é,
Em qualquer instância, um insulto,
Sem dúvida. Sem dúvida tudo morre.
Imagina só aquela toda-grande-verdade.
Antes sofrer de amor, de dor, viver e existir,
Do que saber exatamente as respostas no lápis.
Considero a pergunta. Considero muito.
A resposta é um impulso com os pés na água
Quando alguém é puxado para o mar fundo
E une suas forças em uma, em busca de ar.
Não vamos misturar as coisas. Falar sobre pessoas.
É tudo o que há? Humanistas, por favor, né?
Vamos pensar em tudo feito de átomos em essência.
Não sei porque, mas essa palavra “essência”... Não gosto.
É falsa. Desculpa se decepcionei com minha feiúra.
Eu evito tentar evitar tocar nisso, mas prefiro continuar
A comer o que sinto vontade e a essa altura
Só resta esperar a gravidade e o tempo que me ama.
Amor é um tema batido.
Batido e remexido.
Amor não deveria ser tema de nada.
Amor não deveria findar um poema.
Alô, aqui é o seu marido.
Vestido e prestativo.
Falou tanto em mania que tem me agitado.
Danou o pão que comia, de ovo sem gema.
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Pescaria
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Deixa ir
Corre atrás
Elogia
Diz que quer
Usa tudo
Olha fundo
Pra comer
Uma mulher
Liga lá
Manda e-mail
Dá importância
Se quiser
Não arrisca,
Entretanto,
Todo mel
Basta a fé
Pra deixar
É mais fácil
Se um qué
E dois num qué
Vai dar linha
Se afoga
Um pouquinho
Pensa que morre
Deixa ela
Amarrada
Na base firme
De algum poste
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Dias ao contrário – said the old man
.
E os livros, discos,
Os poemas esquecidos...
Os rabiscos, tentativas de
Desenho no vidro...
Onde foram todos?
Onde mora a arte em mim?
Se pego um violão
Ou instrumento qualquer,
Ao toque de um botão,
Casa sim, casa não, menor em ré.
Juventude na escrita
Não difere da vida, ao pensar que
Cada golfada de ar que inspiro,
Expiro o suspiro de células, alívio
Quantas vidas você tem?
Quantas peles já trocou?
E as células, são de nascença?
Seus olhos são de neném?
Onde está sua idade?
Você tem quantos anos?
Minha idade cai à medida que
O mundo vai - caminhando.
Você tem os olhos do seu pai!
As pausas da sua avó!
Pra quem vive muito só
Eu em mim é gente demais!
Essa boca é do titio...
O maxilar é do vovô...
Assim, me repartindo, rio
E, afinal, quem eu sou?
Será mesmo esta vida,
Este mundo, esta aventura,
Algo a se classificar?
Quantas vezes, meu deus,
Sem ser religioso – ateu -
Posso seu nome chamar?
Números, mágicos silêncios
Que arranjaram para falar
Com anjos inteiros, em inglês,
Espanhol, grego ou alemão
- Said the general
But generals don’t say please
Que dirá thank you!
Pra onde vão todos os ladrões de ônibus,
com toda sorte de bugigangas
Quando saltam dos busões?
Montam uma barraca “fast money”
Ou fogem de Robin Hoods que
vagueiam desnorteados, dessulizados,
Deslesteados e por quão desoesteados?
E se vagueiam em tal situação,
Não custa perguntar: Tudo bem?
Alguns dirão que não. Que importa?
Alguns dirão que não querem porta.
Eu não venho aqui para contar nada,
Se assim quisesse, não fugiria contente
Das ciências matemáticas.
Venho aqui para fazer qualquer coisa
Que não seja escrever, e por isso
escrevo e talvez assim venha a morrer.
Métrica, verso, rima, prosa...
Que valor vital tem tudo isso
Quando a menina que o tem goza
E lhe escarra um belo sorriso?
Ah! Suspiros no corredor?
Colham tudo! De beterrabas a
Aspiradores de pó! Me deixem!
Deixem-me aqui completamente só.
Desembaraçando os nós do teu cabelo
Fazendo massagem nos teus pés
Lábios no teu pescoço e o cheiro
Que me causa tamanho revés.
Onde você sumiu?
No mato da hibernação climática?
Não ouço mais o velho telefone
Que tantas vezes já te ouviu...
Onde mora a arte em mim?
Já me perguntaram hoje.
Respondi que almocei, sim.
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domingo, 22 de novembro de 2009
matamoleza capaduridócil
é como mato no meio da chaleira,
quando a grama é mágica, não carece
muita água e sendo assim, a hidroponia
se refere somente a um nome, nada mais.
filtragem apurada com carvão.
mais serve assombração do que punhos
de lavagem. Na varanda, persiste o cheiro
da lavanda que vem da casa da Amanda.
vizinho são. pra quê? oi, bom dia.
boa tarde, boa noite. tom de orientação.
não basta olhar para o céu, é preciso
conviver. conver. convir. contactar.
antes que eu arranque o C da palavra-trava
venha alguém e me trave a língua, num desses
carrosséis doces de quem come nuvem feita de
açúcar ventilado e moído no coração.
não me refiro ao órgão aqui, mas ao valentino.
aquele vermelho verdade verde visto variedade.
ao passo que andar é somente sucessividade
entre mundos aqui, mundos ali...
e quando o corpo diz não, a cabeça já está
em outros patamares, pois gosto de animais terrestres,
ao contrário de quem crueliza os bichinhos.
e segue rastejando até - tentei evitar - onde tenha sol.
silêncio de casa onde se mora bem,
dormiu comigo e sonhou com outros cem
se o que for meu é de carne, prefiro pão
com chocolate, pois que o prazer não finda tarde.
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sábado, 21 de novembro de 2009
...entre...
Entre os fios encapados,
vejo o dia saltar alto e no embalo
cego de te ver, continuo com essa imagem.
Fosse o cheiro tirar margem,
Vampiresco no pescoço eu sou
aquele bicho que morde e arrepia.
e aos santos, subo um degrau mobile
de corda vermelha e preta, escusa
e sanguinolenta em zigzag
sem contar com o álcool que derrete
fácil e se confunde com gelo e pasta
de não sei que lugares são esses (pessoas)
ajudam, ajudam.
Ele estava descalço. Ouviu o som
do próprio ronco. Era calmo e preocupado.
Previamente ocupado, numa ocupação
forçada, sem mandato nem escape aos
prantos ou simplesmente deitada no chão etílico.
Suspiro, enfim, tinha que ter esse enfim
surpreso como um sorriso de "quando será"?
O próximo bonde sai em breve, amigo.
ele esperava. lia pela décima primeira vez
o anúncio da estação. Olhava o relógio.
Hora incontável. Se perguntar, ainda se lembra.
Tudo pode dar certo.
É preciso um pequeno esforço, ou gesto,
maneira, discurso, ataque, choque, toque.
um pequeno amor para esta menina, por favor.
eu quero um médio, dizia o poeta.
a jornalista encarava, escrevia, encarava, escrevia.
Um livro, ou biografia.
Biologia de um espécime.
A narrativa da devida tentativa de vida.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Eu
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Eu é pronome
Eu é instância da linguagem
Eu é quem diz ser eu
Eu é ficção
Eu é a narrativa do eu
Eu é quem clama
Eu é instância do discurso
Eu não é um.
Eu não é unidade
Eu não é natureza
Eu é invenção
Eu é conveniência
Eu não se identifica
Eu não tem identidade
Eu não se identifica
Eu é todos
Eu é qualquer
Eu não é
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
águia
Tem todo um jeito próprio de amar
Se aproximar da ferida e curar com delicadeza
Às vezes falha, mas não interessa
Obstáculos...
Cair na rotina...
Os tentáculos que envolvem seu ser
A prendem na razão de um robô
E logo ela sente que quer mais da vida
Se solta tão facilmente
Esquece que é gente
Uma águia que despenca do céu
Só pelo prazer de sentir que vai morrer
E de repente se lembrar que ainda há vida
E viver...
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domingo, 8 de novembro de 2009
Boa noite! Hoje acordei e fui na piscina dar um mergulho, tomar uma boa ducha, enfim, me refrescar. Há vários dias aqui no Rio de Janeiro o tempo é quente. Tem feito muito sol e geralmente a temperatura chega aos 40 graus. A piscina não estava muito boa, pois como toda piscina de clube (ou quase toda), eram muitas pessoas dentro de um lugar relativamente pequeno. Água quente, pessoas pulando, outras ao mergulharem me chutavam, outras jogavam água nos meus olhos que insistiam em não ver por causa da miopia. Saí correndo às quatro horas pra ver o jogão do Flamengo contra o Atlético Mineiro. O primeiro gol vi ainda na rua, voltando pra casa. Golaço olímpico do Pet! Corri mais um pouco até em casa e liguei a tv e assisti ao resto do jogo, com direito a almoço no intervalo. Meeeeengoooo! Flamengo venceu o jogo decisivo por 3 a 1! Depois fiquei por aqui, usei o computador, ouvi música, Somos Suicidas, e tal. Nós aqui ameaçamos uma ida ao shopping, só pra passear mesmo. Não deu, hoje fecha mais cedo. Tomei uma ducha fria muito boa e vim pra cá. Agora escrevo este texto que você lê. E depois? Alguém prevê?
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quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Realismo Pessimista
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Em que mais podemos acreditar?
Num céu enorme que descerá
E se tornará o grande catalisador?
Não é pessimismo, é realismo, disse.
É possível acreditar que o mundo...
Mundo?
E as pessoas...
Pessoas?
Tente entender, meu camarada:
Sinta este banco, essa cadeira,
Essa cadeira em que você está sentado agora.
Acha que é grátis?
È um tempo onde o presente é rápido,
O passado não vigora, e o futuro não chega.
Eternidade de diálogos, quase sempre em casa.
Família, coisa de tia, de dinheiro, de comida...
E eu que pensava que isso era sagrado.
Depois fui perdendo a noção do sagrado.
Muito relativo, e às vezes me perco
Tentando explicar isso.
Melhor deixar o sangue correr
Na mesma altura por todo o corpo,
Dizem os médicos.
Assim tudo flui, circulação.
Circular é um coração pronto
A estourar e, talvez por isso,
Veio se despedir.
Veio se despedir, mas não conseguiu e ficou.
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
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Saio tacando tudo. Tudo o que posso tacar em apenas alguns segundos, menos que um minuto, talvez muito menos. Talvez esteja acabando, ou acabado depois dessa frase. Quero dizer tudo, que amo e que sou grato pela terra e quando falo isso percebo que a hora mudou e então só posso me permitir falar de coisas mais ternas e belas, contrariando a escrita do eclético. Cretino, um ser religioso cafajeste. O ópio, no entanto, corrijam meu quase nulo conhecimento sobre o assunto, não era proibido então. Então? Já lembro quase nada do que falava antes, e penso sobre a partida, não a de futebol, a do teatro também não. Ela me ligou hoje depois das onze, foi muito lindo, fiquei emocionado, e ela falou que terça-feira ficaria comigo até o infinito. Achei aquilo muito bonito, muito romântico, mas vamos ver o que acontece. É possível. É possível que eu diga tudo por aqui, talvez não seja preciso, pois é vida pessoal. Não de animal racional, vida de animal pessoa. Ela não sabe, mas eu quero tanto. Eu não sei, mas ela quer tanto. Pura imaginação, não se pode viver sem ela. Chorar é parte da felicidade que sim ou não, libertária. A cabeça pesa, e está como um pêndulo, já não vejo mais letras na minha frente e tudo o que me libertaria agora seria levantar, mas para o prazer. Dormir é tão bom, também, dormir bem. Olhar o trabalho bem feito, falo de trabalhos quaisquer, quaisquer não de qualquer um que apareça, apareça não de aparição. O seu adeus deixa lágrimas contidas, um dia elas talvez sintam o gosto da sua língua.
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domingo, 18 de outubro de 2009
Medo de ter Medo
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Por que fez isso?
O que te faz pensar que represento perigo?
Me diz pra onde vou contigo quando
Você não está,
E era pra estar.
Menina bonita, o que eu faço?
Me dá uma dica que sirva pra mim,
E não só pra você.
Aqui, nesta escadaria, respiro você
Mas não te sinto presente,
Nem em suspiro.
E confesso, fico aflito. Tenho medo.
Está fugindo? Quer um tempo?
Tempo não é comigo, não sou eu
Quem controla, é conceito.
O seu medo se transforma
Naquilo que você teme.
Você vira o seu bicho e age
Conforme as coisas do seu pesadelo.
Aqui, na escadaria, outro dia,
O sol nasceu. Isso é amor.
E hoje a tristeza foi embora no papel
E estou aqui embaixo.
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Bucolics loving
Facing Horzog was debacles.
Three minimum.
Tower appetizer won’t satisfy a Tyson.
Thursday exhaling some soft something
I know not of.
Hear the white.
Lay away, persuasive.
Blooding a genet. 1971.
Binding maddened public in notebooks of mine.
On the ground poniard. The hell with this word, poniard.
Freedom! Said the Hungarian.
Rarer Mary around here on my still touchable body.
They ask for a guitar. Squiers for strangers, I would say.
They would squirm, if so.
Conclusion: no problem at all.
Give them that and they will be perfectly fine.
That’s a real fair fine.
In my memories I hold everything.
The world we live is made of memories.
Father awakens.
Australian geisha.
A Camry forces its way into the boundaries
That, in a second, dry.
Whack them all, or try.
What would Diogenes say?
The doorway tells tales in private.
And Tchekhov?
Last cleats of mine that you wear.
Tilford that, baby.
Bucolics loving.
Before Gerber.
Maybe if you have some peppermint talent,
All of a sudden.
Pitiable Sanders. Didn’t leave me nothing.
Simplest “the”.
Semites don’t panic
These are the times, these are the times.
Bravery cities all over the twisted map.
One third. About.
She´s the one.
I’d kindle fires only by touching her.
And then lock myself in a room. No latch.
The feast. All my representatives.
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Lang lang talk.
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So we go on with all this crap that you made me feel while reading your little thingie:
It´s from the gutter all the whips in fat hands of filth, all the gestures someone may find
ugly to look at, but I don´t affirm here that I believe in what I write, and this happens because I am actually not writing anything. I hear the sound of this squared frame of images and it pulls me into it. I will be present the day after the day I live to see the olympic games in Rio, after the brazilian world cup. Cup of ice for my herb, her err.
Magic toaster, guess what that is. Yes. Grant me this favor: smoke where the smoke won´t find me. Unless, of course, you know damn well. Hit the road, Jack, if there was a Jack. What about me? I don´t have a Jack. What´s a jack? Hmmm... Think. Think about all the things we shared, said the rollerband. I´d rather not say that. Ask me if I want to check my income taxes. Alright, don´t. I tell you the answer, though. I´d rather have my accountant do it. Guess. I don´t have an accountant. What now? You said vomit. I say go go go. Hit it!
Right in front of my face there was the truth.Did I see it? Did anyone see it? Hello?Hello?
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quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Boca Rosa
Era uma sexta-feira.
Um encontro de esferas.
Uma era ela.
A menina bonita de bobeira.
Do lado,
Vindo do trabalho,
Reparava em algo
Era ligeiramente mais baixo.
Resolveu parar num bar.
Os dois sentaram-se à mesa
e puseram-se a trocar gentilezas
e a conversar.
Em um determinado momento
um beijo aconteceu.
Tão certo que como Romeu,
a Shakespeare era atento.
Em degraus fomos deflagrados
por um lunático enfezado
que chamava pro seu lado
quem parecia desesperado
Ah, como foi carinhosa
a menina linda lili linda
Como se eu ainda
pudesse sentir sua boca rosa
.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Que dúvidas fiquem.
Acordei acho que 12:45, ou algo perto disso.
De frente para a mesa de cabeceira que não existe
Em meu quarto, posso achar a escova com que vou
Escovar minha barba. Me invoco com meus pensamentos.
Ora me deixam solto, com vontades de criança, de jovem,
Ora me deixam velho, rançoso e coerente com o inútil esmo.
Bá, que exagero! Olha só quem tá falando em pensamento!
Mas que coisa, eu sei me comportar exatamente!
Bom, então me arrumei como um cavalheiro
Fui e voltei do banheiro para ver se estava de acordo
Com meu bom gosto de sempre. Estava. Fui trabalhar.
Peguei meu ônibus. Tenho carro, um carro do ano passado,
Não vou fazer propaganda, mas deixo-o na garagem.
Meio ambiente! Meio ambiente! Só de pensar neste
Ar e nesses prédios feios que me deixam doente!
Fui e voltei do trabalho, o qual não revelarei neste manifesto,
E cheguei de volta
Fui à geladeira. Na intenção de comer um sanduíche de queijo,
Talvez com ovo e algum outro frio, abri a porta e me deparei com
Arroz, peixe, farofa, enfim, comida. Comi. Comi comida. Comi
Arroz, peixe, farofa, enfim, comida. Comi. Comi comida. Comi.
E depois dormi. No dia seguinte a mesma coisa.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Urgente.
As buzinas que infestam nosso ambiente
sabem que é de dor que sofre o corpo.
E meia dúzia de balzaquianos idiotas
tentando impedir que alguém fosse visto por um médico
em hora de grande desespero, uma alergia perigosíssima!
Quatro anos se passaram.
Não me lembro de nada.
O que foi 2005 para mim?
Não me lembro de nada, realmente.
E o corre-corre de transeuntes
manuseia meu espírito e o entorta
de uma forma estranha, que logo me leva
a sentir incômodo de estar ali, de pé, naquele lugar.
Ah sim! Lembrei.
O ano em que conheci o teatro.
Também o ano em que ganhei um celular
que, por incrível que pareça, uso até hoje.
O que você disse mesmo?
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terça-feira, 1 de setembro de 2009
Controle
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Controle tem medidas.
Têm me dito, eles, que tudo é aflição.
Coragem!
Medo é normal, não pode é parar.
Que tal uma dança em som invisível?
Inaudível.
Peças fundamentais do calcanhar patriota.
Hino nacional, eu cantei com o coral.
Agora vamos, mundo pequeno.
Mostre-me tudo, inclusive as mazelas.
Do coração só brota amor, branquinhas,
Gordinhas, morenas e magrelas.
Que tal uma festa, uma festa daquelas?
Uma merda.
Santinhas cantam, outras expressam
O que sentem sob encanto da música.
E o corpo mexe. O movimento é que é.
Festa em silêncio, ou quase.
Música, melhor não.
Ficamos nas mãos das rádios.
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terça-feira, 25 de agosto de 2009
Faxineiro não é servente, senhor!
e de repente, eis que me aparece, pessoalmente, o senhor digno de ser chamado pelo nome, senhor Adauto Lima. Quando eu era criança (este trecho, um clichê da literatura brasileira), o Adauto era faxineiro do meu prédio, ali na Muda. O povo dizia, e até eu achava mesmo, que ele era fedorento. Uns diziam que ele tinha cheiro de peido, outros, de cera de ouvido, outros, de cachorro melado, outros, de, enfim, Comlurb, essas coisas. Então. Ele era legal. Às vezes ele jogava bola com a gente, e às vezes "zunia" a bola. No outro prédio. O Adauto sempre andava de uniforme de cor azul ou cinza, não me lembro tão bem, mais caindo para o cinza. Ele usava um moustache, ou seja, um bigode, que dava a ele um toque de elegância e masculinidade. Masculinidade esta que, quando ele falava, ia para o espaço. Sua voz era muito fina, ou seja, muito aguda, musicalmente falando. E era anasalada, como se (explicando) alguém espremesse as cavidades nasais, ou seja, o nariz, até que não pudesse mais passar ar por dentro e/ou através delas. Adauto era um cara que dividia um apartamento com um porteiro. Ele andava de sandálias Havaianas, que, agora é moda, mas antigamente era mico. Daquela branca com as tiras azuis. Tiras azuis. Curioso.Em inglês o adjetivo não muda de gênero. E ele vem antes do substantivo, ou seja, nome. Blue straps. Traduzindo ao pé da letra, Azul Tiras. Trabalhava. Isto era certo. Provavelmente era mal pago. Como a maioria. Hoje em dia, Adauto Lima, político respeitado, olha que privilégio! Cheio da grana, virou síndico do prédio. Recebe seu salário de juiz aposentado, como político não tira muita coisa, por conta da honestidade. Está entre os poucos homens de mérito em seu cargo. Todo ano ele troca de carro. Continua com seu bigode, Havaianas não mais. Banheiro ele sabe tratar. Um homem cortês e elegante, rico investidor. Na reunião do condomínio, me disseram. Reduziu a proporção do salário dos empregados com a inflação. Os funcionários reclamavam. Entre quatro paredes, pois poderiam perder seus empregos. O porteiro estava sobrecarregado. O faxineiro era mal pago.
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segunda-feira, 24 de agosto de 2009
o próximo minuto não é.
Sabia pouco a respeito do próximo minuto.
Quase não vacilava sobre o presente, pois sabia.
Poderia ver entre todos os furos do mundo.
Poros nivelados pelos tipos infinitos de direção.
E o relógio era só um objeto decorativo.
As horas não existiam. Elas não existem, de fato.
Fato é que não há fatos. Apenas o talvez que escrevo.
Dançam em linhas retas, as palavras de gosto azedo.
Não queria ver nascer o dia, pois o claro incomodava.
Iria dormir, como sempre com o abrir do metrô.
Grades que fazem um barulho de manhã ou noite,
Dependendo do grau de sobriedade do sujeito.
Manhã de sono, sonhos com nozes.
Comidas leves, medidas sérias.
Tomadas chocadas, sadias, elétricas
E todas as frestas existentes nas portas entreabertas.
Como o meu coração entreaberto, por onde entra
Sangue de cor vemelha, e sai de cor azul.
Os suspiros que partem da visão, do olfato, enfim,
dos sentidos cinco e talvez um pouco mais além disso.
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Complete
Era mais aquilo que já foi um dia,
Satisfazia mais os meus desejos.
Em sua frente nua e a negativa cortada.
Impulsos o que são?
Muito bom poder
Dizer não
Se quer algo.
Não,
Não.
Flagrava-se.
Meus?
É.
Quando.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2009
uma noite de inverno
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É uma noite como qualquer outra,
Mas vejo as coisas que nunca penso
Quando geralmente venho aqui.
Penso na origem do que sinto.
E quando olho em volta,
Vejo mesas e penso que alguém fez trabalho pesado ali.
O mesmo vale para os ferros entortados que fazem base
Para a madeira da carteira de uma sala de aula.
É noite de inverno e faz mesmo um certo frio
Do qual me protejo deixando as janelas fechadas.
Se o frio não viesse acompanhado por mosquitos,
Certamente eu abriria a janela toda e sentiria o cheiro
Da rua fria, numa noite qualquer de inverno.
Faz tempo, meu velho, que não te vejo assim.
Está bem. Enxuto, mas ágil. Como o tempo age!
Fazemos limpezas periodicamente e por isso
Você agora está novo em folha.
E não me venha com outros problemas chatos
De carregar peso nos braços andando por todos os lados.
Da Tijuca ao Centro, e de lá para outro lugar e a gangorra
Balança como uma dança capitalista marcando preços
Com etiquetas de várias cores e modelos.
Lançamentos, novas tecnologias, velhas teorias
E os mesmos preços risíveis de sempre.
Eu estava imerso em algum outro lugar
Por trás disso tudo, mas veio alguém, invadiu meu mundo,
E eu de repente me distraí. Perdi o tema.
Caiu o mote. Caiu o homem vivo.
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sábado, 8 de agosto de 2009
Sinfonias de Lebret
E não há também muitas em quem confiar. Dizem que sim, que sim, que sim, mas é não, não, não.
Sem problemas. Confusas, muitos problemas. Não estão ocupadas nunca. No entanto, sempre atarefadas.
E eu observo o desfile sem querer precisar ter o que vejo. Ficou distante. Um olho de vidro.
Ver os bichos no zoológico, macaco amarelo, gigante pato, adormecido javali do mato.
Free jazz sound a little far away from the ventanias que ocorrem ao entardecer de um dia num campo aberto.
Branca. O pelo negro me avança e eu perco a dança. E como sempre, tudo se mistura num vazio igual.
Cada lado tem o seu valor, sendo que os lados maiores têm, como de praxe, maior valor.
E sai. Assim, num repente, vento que traz melodias passadas e faz lembrar de coisas bonitas que foram ditas.
Não foram vividas, foram apenas sonhos, sonhos, sonhos, abrindo a noite para o sono.
E quase não se dormia mais lá, o que acontecia? Algum despertar sotur-noturno?
E se fosse, seria mágico. Seria magia, assim como nunca olhamos em nossa volta o que verdadeiramente há.
Queremos gostar, mas simplesmente perdemos a força. Nós quem? Eu estou como um vulcão, a ponto de explodir.
Não vou e nem quero, muito menos preciso explicar o que escrevo aqui, ou em qualquer lugar. E eu faço.
Quando digo que faço – é como um desafio – eu vou lá e faço. Se não fizer é porque estava certo.
Neste mundo, como seres humanos, não pode haver a mínima dúvida em nossos atos. É apontar e atirar. E o fenômeno chamado tempo não permite que se atire para todos os lados. Estamos idealmente cercados.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
de madrugada criança
é claro que estar aqui é incômodo.
meu trabalho é não pensar nisso.
enquanto as luzes vão se esvaindo,
meu corpo recebe um esforço tranquilo.
silêncio necessário pelo costume da casa,
é feito como o último pedido do herói.
para manter-me aqui, ativo na voz,
estive contraindo e flexionando muitos músculos.
é cansativo tanta dedicação
para sentir-me vivo em algum coração.
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sexta-feira, 24 de julho de 2009
Jogo 1: Adivinhe o Movimento das Pessoas no Poema
Um homem. Um desejo.
Três mulheres. Três desejos.
Um homem. Dois olhos.
Três mulheres. Três bundas.
Um homem. Um pênis.
Três bundas. Seis nádegas.
Três mulheres. Um amor.
Um homem. Um destino.
Três mulheres. Três destinos.
Um homem. Uma bunda.
Uma bunda. Duas nádegas.
Duas nádegas. Seis nádegas.
(tenho reparado meu tom pornográfico de ultimamente)
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quinta-feira, 23 de julho de 2009
Desconstrói, constrói.
Digo o que você não quer ouvir
Um enorme eclipse pros seus ouvidos
Que desde o seu nó de umbigo
Alguma coisa acontece ao digerir
Palavras que te dobram metade
Arrancam de você a verdade
Sem que queira saber de nada
Olha para dentro de sua atividade
As eternas corridas pela montanha
Nunca aconteceram, moça má
Que deve haver algo muito estranho
No final de tudo isso a encontrar
Herói do amor inabalável?
Provavelmente um covarde calado
Muito menos que outro tipo, afinal
Aquele que conquista e depois larga na pista
E o sexo de um céu católico breu
Não custa a dizer: não sou novidade
Mantém, como menina má que é, sua castidade
Para ninguém falar que comeu
Este é o pior tipo de vagabunda:
Aquela que não joga fora o desejo
Retém toda a vontade, dá beijo
Mas não dá buceta nem bunda
Este é o pior tipo de rima:
Vagabunda com bunda
Desejo com beijo
Pena eu não ter uma boa prima
Com a boca carnuda
Com as pernas gostosas
Para eu exercitar meus bíceps
Com pica grossa
Não estou sendo grosseiro
Você parece querer interpretar
Tudo de uma maneira leviana
Como se estivesse sempre numa cama
Nada aqui é o que parece ser
Inventamos mentiras para sobreviver
No caos dos olhos humanos distantes
E seus beijos cegos itinerantes
Sou na tua vida um incômodo
Que gostaria (que horror) de ser cômodo
Da casa do seu ser, enfim, seu corpo
Atrapalhado poeta - apaixonado louco
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segunda-feira, 20 de julho de 2009
Organização
Eu me organizo dentro da minha bagunça.
Por que arrumaram a minha bagunça?
É nela que encontro tudo o que preciso,
Na minha bagunça que eu conheço.
É melhor estar tudo uma bagunça enorme
E eu encontrar, saber onde cada coisa está,
Do que ter tudo muito organizado
E não encontrar nada por estar tudo espalhado.
É na bagunça que eu vou catando cada peça
E tento me construir de forma equilibrada.
Não, não organize as minhas coisas ao seu modo
Você já reparou no tempo que eu demoro?
(É difícil encontrar o que preciso.)
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domingo, 19 de julho de 2009
selvageria.
Vou saindo pelas beiradas, enquanto você ta distraída com suas preocupações maiores, lazeres, ou seja lá o que for, suas prioridades, enfim. Já bebi um pouco demais e se algumas vezes, na sua frente, peguei o violão e toquei alguma coisa, acredite: foi só para ter algo familiar por perto. Pura defesa. Agradeço pelas noites mágicas, sorrisos inesquecíveis, suspense enigmático, amor sem coragem. Falha em algum lugar da comunicação. Não repare se eu não falar contigo em algum momento de pressa. É que o tempo empurra a todos, como esteira rolante. Bem que no fundo eu tenho um fio de bondade, de divindade, quem sabe. Sei olhar para uma pessoa lá no fundo. Onde poucos sabem chegar. É uma espécie de dom, eu diria. Não existe voluntário para isto, é como se eu fosse escolhido. Se me faz bem, fica a dúvida.
Até logo, nos vemos algumas vezes ainda. Não sei como. Veremos. Espero que aprenda muito bem e siga no caminho da verdade. Sabe de qual estou falando? Teremos crises de identidade. Não? Pois que seja qualquer tipo de confusão sobre o que nos vale. Eu não posso mais acumular dúvidas, e hoje tenho poucas. Tive uma queda recente, mas como um tigre, meus músculos incharam na força de um levantar pró- cardíaco. Os batimentos aumentaram, adrenalina, sentimento de competitividade, testosterona, um tigre. Fique aí na mente este sentimento de ser muito bom e especial, para que eu seja mimado e siga o caminho do que acho certo para mim e para o que chamo de coração.
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sábado, 18 de julho de 2009
'Cause this is Thriller!
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quinta-feira, 16 de julho de 2009
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Toca.
Ahhh... Eu sei que você me ama...
Vem aqui, deixa eu te apertar e te lamber.
Vem que eu sei, você não me engana.
Tá na cara que você me ama.
Quer se fazer de gostosa, né?
Porra, eu já te dou valor demais,
não faz essa sacanagem, mulher...
Só falta eu te agarrar e te comer.
Pra que?
Pra acabar com a putaria.
Com a merda que você fez aqui comigo,
No órgão mais sangrento.
Sim, sim, claro! Claro!
Vai dizer que eu tô começando a ficar erudito!
Que eu fico nervoso nas idéias e incauto na escrita.
Ou que eu tô muito louco, e... Não!
Não vai dizer nada disso
Porque não há o lugar e tempo
Sobrando para uma olhada na alma.
Pra quem acredita, eu te daria um prato cheio!
Vem pra cá, vem...
Deixa de ser burra!
Você estuda, estuda, estuda
Mas a tua cabeça te derruba.
Sei que você me ama, sei que não.
A gente bebe um vinho leve,
Faz a cama, faz de corpo atrito bom
E depois se ama. Por um segundo esquece a razão.
Foi embora. Não sei se volta.
Estou arrumando minhas coisas.
Lembranças teremos. Diferentes.
Mas o espírito cede à troca. Vem e troca.
(É a chance. Volta.
Ou solta a corda.
Relógio te acorda.
Se toca. Me toca.)
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domingo, 12 de julho de 2009
brechó das almas perdidas
Cerveja servida aos poucos
No entorno de um filme louco
Pois não houve, ouve blá
Vontade há de ir pro quarto
Tirar as roupas
Ficar à vontade
Deixa que a vontade te leva
Sinto fome a cada hora
Algo que entra literalmente
No meu corpo físico
E eu acho que só tenho este
Necessidade, minha amiga,
Nessa cidade, querida,
Você não precisa passar
Se é que você ainda tem alma
mural
Confesso que deixo de entrar em alguns blogs e sites porque tocam música imediatamente, automaticamente, e geralmente peças terríveis de arte. Seria bom ter a opção de clicar para ouvir, ao invés de clicar para não ouvir. Até lá, já fomos arrebatados pelas notas pontiagudas.
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eu vi a cara de shakespeare
ele andava por aqueles corredores, passos lentos e tranquilos. sua cabeça estava quente, pensava em mil coisas, pensava numa só coisa, o tormento. e aquele pensamento não saia da cabeça dele. andava pela estrada de pedras, atravessava a estátua, via as possibilidades de cimento, as cordas nas árvores. não via nada, e essa era a única consciência. sabia do que acontecia, mas andava por aqueles corredores como se tivesse algo perdido por ali, por aqueles muros, imagens na parede da cabeça. coisas esquecidas, problemas não resolvidos. feridos. E era triste aquele vai e vem, subindo e descendo escadas de fantasmas. e depois os passos incertos, em direçao ao tumulto inevitável do amanhã sem mais. o Frank me dizia sempre que era medroso quando se tratava de falar com muheres a respeito de seus sentimentos. eu não dizia nada. pedia para que continuasse sem levar isto em consideração, uma hipótese. ele voltava, ficava até o último minuto ficou, para que pudesse saber: não. ela não vai ter tempo. o calendário e o relógio são os medidores do quê? pedir tempo é quase como um crime, uma ofensa. e se amanhã me irradia o abismo pra que eu pule e me vá num estalo? não temos isso que chamamos tempo. abstração. e via os anúncios. e pensava muito enquanto era para estar fodendo. achava que o mundo era uma bela porção de eternidade, beleza. como será um dia rejeitada, mais velha, a mulher que quando jovem rejeitou muitos homens. e assim nos damos conta de que tudo que se escreve, compõe, vê, cria, tudo o que se faz, é igual. constantemente nos imitando. A imitação da imitação da imitação e assim sucessivamente até o início de tudo. mas aí já é outro assunto.
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sábado, 11 de julho de 2009
eu que já não consigo mais prestar atenção em nada
o sono vem me assaltando por dentro e leva meu corpo
para outro plano, talvez uma espécie de esfera
o absurdo está no que não podemos crêr
é difícil a vida o amor a magia o dinheiro a saúde
mas podemos viver com algumas dessas coisas apenas
cartas não são dignas de pensamentos eternizados
como se o papel fosse eterno como nada realmente é
senão uma coisa.
Amasso
Vou bater a massa e jogar farinha nos ovos
E amassar bem no meio do suvaco com cascas de cebola.
E qualquer coisa que valha uma frase, pode ser palavra solta.
Sem sentido, desconexo, confuso, incoerente, obtuso, decente.
Em certo sentido, sentido errado. Machucou? Levanta.
Fritar ovos numa frigideira preta, até nisso você me aparece!
Vê se me esquece e me deixa esquecer você.
Brincaríamos muitos e riríamos de tudo, mas você não quis isso.
Você achou que era melhor fazer atividades extras.
Extra-corporais. Extra você. Extra. Fora de.
E se deixasse falar o silêncio, encontraria a si mesmo.
Mas fala, fala, fala, e esse é o medo da verdade.
Enquanto isso, me passa o açúcar, por favor.
Peço favor pelo açúcar, mas ainda sou mesmo muito polido.
Um gentleman, como diria uma amiga.
É preciso que olhe para mim. Sente-se. Levante-se. Caminhe.
Vamos subir aos altos pontos do infinito.
Se não fosse tão gentleman, te agarraria pela cintura, pegaria nos teus cabelos
Por trás da nuca, te assaltaria um beijo nervoso, e arrancaria suas roupas uma a uma.
Te comeria na frente da mata, de todos os seres vivos, de todo o planeta e afora.
Comeria-te na cozinha, por cima do bolo, com massa e rolo sujando os cabelos
E vamos que eu faço isso em qualquer coisa, e é só isso o que eu faço.
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sexta-feira, 10 de julho de 2009
In Hell
Talvez seja apenas o horário. Público de teatro não assiste a espetáculos numa quinta-feira às nove da noite. Haja paciência! Foi grátis. Foi ótimo.
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E é possível que algum dia eu insira uma gravaçao no início de uma peça minha que diz:
"Senhoras e senhores, pedimos que liguem seus aparelhos eletrônicos, câmeras, celulares, e que por favor, tirem fotografias do espetáculo. É permitida a entrada após o início do espetáculo, assim como a saída. É permitido conversas paralelas. Pedimos, também a gentileza de comerem e beberam dentro do teatro, desde que não precisem carregar seus lixos até as lixeiras mais próximas. É permitida a entrada de animais de todas as espécies, e com qualquer tipo de manifestação patológica que possa ser contaminosa para terceiros. Caso o seu telefone toque durante o espetáculo, pedimos a gentileza de que atenda à ligação. Todos os demais irão esperar pacientemente até que termine. Pedimos também que não fale com voz baixa, pois todos os assentos do teatro precisam receber o áudio da peça. Com apoio de ninguém e patrocínio inexistente, é com grande prazer que apresento o não-espetáculo. Favor fazer barulho no início e pedimos encarecidamente que não aplaudam no final do espetáculo. Sua colaboração e presença não têm a menor importância, de modo que é permitido agir livremente dada a sua insignificância. Obrigado.