quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Um escritor à noite.

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As noites comuns são geralmente iguais.

Geralmente sou tão comum e indolente,

Que tenho a ousadia de pensar que posso saber

Da existência do que não sou.

Noites. Como eu vou saber?

Eu penso.

E exatamente no instante em que isto acontece,

Perco. Caio novamente nas regras, peça no tabuleiro.

Algum censor me cerca. Mal posso me mover.

Escrevo agora cuidadoso, em silêncio

Para que o guarda saia.

Saia palavra digna de ser escrita por este simples escritor.

Escritor.

Muito menos por conquistas, muito mais por tentativas.

Autor, escritor, achar algo que não está lá.

Tirar de qualquer coisa, algo vivo.


E simplesmente não estar, não estar!


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