quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

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Cogita a minha pica

Nem penso no caso e já reprovo,

De cara no parafuso torto da Miguel Couto.

Naquelas casas de câmbio,

Caras de cera com olhos brancos.

Perguntam o que quero, quando já sabem.

O dólar anda baixo, rasteja

Pelos meus bolsos com o cheque já amarrotado

E dobrado na parte do meio, batido e surrado.

Não fode, cara!

Você me falou que seguindo adiante

Eu encontraria uma agência com o sistema ativo.

E eu só fiz andar mais,

Ficar todo suado, nesse calor absoluto

Chegar lá e constatar novamente: sistema fora do ar.

Rodei de um lado para o outro

Como um animal nas touradas da Espanha,

O país do Real Madrid e do Barcelona.

Sem solução foi a condição

Em que fiquei, depois destes dias.

Contas que aumentam tão rapidamente

E a não saudação

Me deixa com os nervos alterados,

Os alteres guardados, jogados no chão.

Escuto, por acaso, o som da TV.

Por acaso, não costumo assistir,

A não ser nos momentos em que assisto.

Sigo seguindo sete segmentos singelos

Sem ser servido sal, sem sair, sem saber

Se sou sim, se sou só, sempre saindo solto si sustenido só.

Refazer. Diferente.

Sinto que preciso, daqui pra frente,

De alguém que não me veja como mestre.

Pensando bem, não preciso.

Posso seguir sozinho e conhecer pessoas,

Lugares, bichos e coisas e saber que são a mesma coisa.

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