terça-feira, 1 de dezembro de 2009

que se virem

chuva forte, ele saiu correndo para não se molhar tanto. me pergunto o porquê disso, posto que é água, apenas. corria mais que a própria chuva, e assim não se molhava tanto, de fato. rapidamente chegou a uma barraquinha dessas que vendem coisas doces, principalmente, além de uma coisa ou outra, você sabe, aquelas besteirinhas pra comer, como amendoim, bananada, balas, chocolate... ele pediu bananada e queria um desconto de vinte por cento no pequeno produto de cinquenta centavos. pensou no trabalho que teria pela frente. e eu, você me pergunta, como é que eu, escritor, sei o que o cara pensou, e eu te digo de bate pronto que sei porque eu que invento as coisas aqui, camarada. aqui eu crio tudo ao meu modo, neste simples espaço branco preenchido por palavras, aqui eu faço o meu mundo, aqui sou o Deus. e outra coisa, esse dê maiúsculo não significa em absoluto algum tipo de veneração e/ou (isso é péssimo) muito menos um sentimento materno de culpa, ou medo, esse aí o pior, medo. Mesmo assim rumou para onde realizaria seu trabalho, seu ofício temporário. Pagou com solas e em alguns minutos subia tudo o que era andar atrás de um calor, um trocado, um copo de guaraná. Feito o tento, pegou suas coisas e puf! foi embora. de elevador, que, quando desce, deveria ter outro nome, não faz sentido? A coisa toda durou menos do que isso tudo aqui, e durou muito tempo, aqui foi rápido, mas isso é relativo, diria algum idiota da faculdade. Ou diria algo do tipo... algo que contraria o que foi dito antes, ou uma contradição de uma idéia afirmativa. Por exemplo, uma não-aula, um não-professor, uma não-festa, um não-sim. é duro. não é, é mole, vai criando uma gosma que, imensamente prazerosa, se envolve em tudo o que há em volta, parando somente para dormir, como ele faz agora.

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