quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Aleatoriamente.

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Hoje cai a minha vida.

Cai do céu branco ofuscado então cinza.

Despeço-me de todas as lembranças e feridas

Como se nunca tivesse tido-a como amiga, a vida.


Amanhã é palavra e tudo vem.

Deslizamento de tarefas e compromissos.

Como uma enorme ameaça de chuva, temporal

Azul e nuvens sufocantes. Nada disso.


Todos os dias começam como o primeiro.

Já acordei tarde e vejo o que já foi feito, já que

Não participei do início de tudo. Não sei onde me perdi.

Sonhos, não mais. Eu sabia de tudo que estava lá.


Se procuro o céu, o que vejo são quinas.

De prédios. De construções quadradas feitas por guindastes

E marretas em mãos lascadas. Não é brincadeira.

Até lá, preciso ultrapassar duas grades.


Tudo escuro, triste o bastante para pôr fim a tudo.

Nesta alegria fina, encontro meu repouso, o meu destino.

Desatino máximo.

É não saber que não sabe e não suspeitar disso.


Pressentir o que virá.

O vento que acaricia a minha barba

Também me sacode o tronco, em rompantes

Aleatórios, entre ventos e brisas.


Pode ser que neste augúrio, sinta.

O tal universo movendo as forças comigo

Trazendo o mundo comigo e todas as outras

Coisas que eu preciso. Não são tantas.


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3 comentários:

Leco Silva disse...

Toda vez que eu venho apreciar, Rafa, eu me silencio. Não poderia te elogiar mais.

C. disse...

Lição de voar.

Natasha Pinto disse...

que saco, heim?