segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sobre a noite baixa vida.

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Se a gente for pensar em Rousseau
A coisa fica Russa.

Se pensarmos em Breton,
A coisa fica preta.

Vamos pensar então em Nietzsche,
Que assim ficamos quites.

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domingo, 21 de junho de 2009

Santo Pouco

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01.

se bebo pouca esmola
meu santo chora

se sarro e coca-cola
senta no ponto e espera

se fode com a esfera ótica
cala-te e depois explode

guarda teu grito para a última hora

02.

se teu santo é ingênuo
segue na frente

se jumento é gente
simbora ô gado indolente!

Bora correr que a porteira cola

03.

Enorme o mosquito que me rodeia
escuto o som do seu vôo

É de causar arrepios o frio
que causa sentir o mosquito

e é bom imaginar o mosquito no ouvido

04.

Três é um bom número
nunca fez mal a dois

Dois não é um bom número
ao passo que pode ser o melhor

É preciso lutar - que preguiça - passar o chapéu.


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quinta-feira, 18 de junho de 2009

O som de estar imerso em água.




E nadamos à beira da arte
Andamos num embalo profundo
Mas não é simples querer de verdade
É preciso coragem
Pra amar
E não ver a desgraça
Que é pensar ser feliz
Num mundinho engraçado
De lápis de cor

Estamos esmagando vantagens
Comendo chumbo amassado
Bebendo suco gástrico
De fruta do conde
Só queremos um dengo
Um amasso bem safado
Veneno do dia
Da vida ridícula
Da escola e trabalho
Um tesouro enterrado
Em outro planeta

E chorando chupamos buceta
E saímos de lado
Quebramos vidraças
Com pequenas garrafas de pinga
E somos sempre tão SÓBRIOS!
Nos arrastamos e olhamos nos olhos
Sabemos a verdade
Sabemos que a verdade
Está no que silenciamos


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terça-feira, 16 de junho de 2009

Pensamento Cala

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Estou calado
Feito um pássaro de longe
Quando não se ouve o fundo de seu choro
Grito
Levem a solidão, levem de mim
Ai não venha me dizer que é assado ou assim
Susto quem me dá é Deus
E eu brinco de fingir
Finjo que não sei que é só uma brincadeira
Eu sei fingir também
E sofro
E sinto que não há nada a fazer
E rio da nossa brincadeira sobre isso
Me vejo vítima
E isso é péssimo
É assim, uma ironia do destino, como dizem.
Esperando amor
Ah é
Não pretendo esperar
Se me arruma o espírito
Vou caçar
Arranjar um sangue, uma briga boa
Cantante que voa, ou tenta voar
Quero ver nas minhas amarras

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

do feriado

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eu também não gostei quando aquela menina debochou da poesia.
a poesia não se entrega a quem a define, disse o Quintana.
nesse ponto eu concordo.

Então que seja assim.
Estou puto com o roubo da minha bicicleta.
Estou triste com a notícia que me derrubou.
Aqui começa o fim de semana da virada.

O feriadão do dia de corpus christi.
O feriadão do dia dos namorados.

Ah, vamo virar, Rafa!
Vamo virar, Rafa!
Vamo virar, Rafa - a!


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O Roubo da minha Caloi 100 modelo Beach.

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Roubaram a minha bicicleta!
Sim, aquela bicicleta velha, surrada, sem tinta, sem graça.
Aquela pela qual ninguém arriscaria ser preso.
Roubaram a minha bicicleta!

A minha companheira de guerra.
Participou da minha história,
Fica gravada na memória, a minha amada bicicleta.
Me levou tantas vezes, aquele quadro Caloi 100.

Roubaram o meu camelo!
Algum desses bandidinhos de merda
Magrelo, fedido e covarde.
O meu camelo, lembra? Roubaram!

Como vou descer a rua sem vento?
Roubaram a minha bike, nada a fazer.
Sobraram apenas um fantasma no bicicletário,
E a chave, meu deus, a chave do cadeado!

Vá, magrela, vá sem nome...
Arruma alguém que te dê um trato,
Te pinte de vermelho e faça uma reforma,
Daí quem sabe, será roubada de novo.

Vai rodar por aí, toda luxúria
Esbanjando beleza, sorrisos, felicidade
Mas no fundo saberá a verdade
Quem te mostrou o mundo, aventuras?

Roubaram a minha bicicleta.
Roubaram o meu vento.
Roubaram o meu camelo.
Roubaram o meu tempo.


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quarta-feira, 10 de junho de 2009

terça-feira, 9 de junho de 2009

às vezes

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às vezes eu fumo
parece que eu cheiro

às vezes eu durmo
parece que eu vivo

às vezes isso
às vezes aquilo
à puta que o pariu!


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domingo, 7 de junho de 2009

Nós

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Sei
Que eu me sinto assim feliz
Quando você não tá aqui
Mas tá no meu bater bumbá

Vem
Pra gente matar nossa dor
Essa dor que mistura em paz
Saudades de gostar demais

Depois deita seu corpo nas minhas pernas
E descansa pra depois continuar

Cem
Milhões de vezes num amor
Tamanho de um mundo só
Um mundo de perfeitos nós

Nós
Em um navio a navegar
Por entre o ar, o céu e o mar
Abstração pra te querer

Depois não quero nem saber de olhar
Em volta, te procurar, aqui é o seu lugar


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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Movimento Um

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Enchente de carros
Transporte danado
Que daqui a alguns anos
Será abolido
No Rio de Janeiro, caos urbano
Leblon, subida Niemeyer
Vendedores de biscoito globo
E água, mate ou limonada
Eles me falam nada
Do que eu gostaria de saber
Mas sabem mais do que eu possa crer
Eu e você
Eu e você
Cinqüenta mil pessoas
Ao redor me sabem, constatam
Me olham, me matam, me amam,
Vanguarda velho nome de não
A rua é quente
Poesia da lua
O céu é imenso
E há poesia na rua
O céu é lindo
E uma lembrança
Me joga sementes
De vez em quando
Eu e você
Tem muito disso por aí, ô!
Então não diz, só vem fazer
Um cafuné, uma coisa assim
De um bom sinal
De amor e paz
De sangue e vísceras
Buzinas e metais
Cortando as minhas avenidas
Principais


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quarta-feira, 3 de junho de 2009

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Hoje estou tão feliz que faltou o assunto.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Olá

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Sobre o que vale a pena falar?
Que me motiva a estar aqui, agora, neste banco,
Em frente ao computador, tentando dizer?

Será que às vezes não sinto forte o “VAI!”
Do mundo e vou como um guerreiro,
Mendigo juntando dinheiro?

E se um dia, como hoje, eu estiver lendo isto
De dentro do meu barraco, ou da minha cela?
E se estiver lendo num barco, or abroad?

O que me motiva, na vida?
Pergunta a ser respondida.
Não por mim, é claro. Por você.

E não é brincadeira, tudo é verdade.
É jogo, são átomos elétricos, arrepio, calor.
Vamos brincar de sensações?


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