sábado, 21 de novembro de 2009

...entre...

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Entre os fios encapados,
vejo o dia saltar alto e no embalo
cego de te ver, continuo com essa imagem.

Fosse o cheiro tirar margem,
Vampiresco no pescoço eu sou
aquele bicho que morde e arrepia.

e aos santos, subo um degrau mobile
de corda vermelha e preta, escusa
e sanguinolenta em zigzag

sem contar com o álcool que derrete
fácil e se confunde com gelo e pasta
de não sei que lugares são esses (pessoas)

ajudam, ajudam.
Ele estava descalço. Ouviu o som
do próprio ronco. Era calmo e preocupado.

Previamente ocupado, numa ocupação
forçada, sem mandato nem escape aos
prantos ou simplesmente deitada no chão etílico.

Suspiro, enfim, tinha que ter esse enfim
surpreso como um sorriso de "quando será"?
O próximo bonde sai em breve, amigo.

ele esperava. lia pela décima primeira vez
o anúncio da estação. Olhava o relógio.
Hora incontável. Se perguntar, ainda se lembra.

Tudo pode dar certo.
É preciso um pequeno esforço, ou gesto,
maneira, discurso, ataque, choque, toque.

um pequeno amor para esta menina, por favor.
eu quero um médio, dizia o poeta.
a jornalista encarava, escrevia, encarava, escrevia.

Um livro, ou biografia.
Biologia de um espécime.
A narrativa da devida tentativa de vida.


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