quarta-feira, 30 de março de 2011

Há coisa melhor na vida do que se atirar no sofá da sala com um pote de requeijão e outro de biscoito cream craker para assistir à final do Big Brother Brasil 11. Eu, por exemplo, estava jogando sudoku. Sei que esse era o grande acontecimento, as pessoas não paravam de falar sobre quem deveria ou não, ganhar o prêmio de 1 milhão e meio de Reais. O dia inteiro. Ofuscou a morte do falecido e ilustre Rubro - Negro, José Alencar, vice-presidente do Brasil, no governo de Lula.



Não existem destaques no tempo.
E o ser humano não pensa: se perde.
Quando seu ritmo lhe dá exatamente a
Noção dos sentidos.

A loucura: morte de si.
Enquanto ruas não tiverem nomes,
Os seres não tiverem nomes, os gestos,
eu não pertencerei a nome algum.

O que o homem fez com o planeta?
Não olhe!
O que o PLANETA fez com o homem?
Emoções constroem sonhos que não produzem.

Acreditar no invisível?
Torcer e rezar para que algo aconteça:
O inevitável.
Tocar o agradável.

terça-feira, 29 de março de 2011

movendo pessoas.

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Tragam todos os poetas, os fingidores de si!
Chamem os tolos e os bobos, que se entendam sozinhos!
Os atores em menor número que as atrizes, se é a lei natural.
Chamem os mendigos para o show da minha vida.
Estão intimados os carrascos, caixas de supermercado, ex namoradas.
Quero que saibam como eu os amo a todos e por isso convoco!
Venham assistir ao show da minha vida. Luzes e sombras.
Monte de desmonte.
Chuva que cai e se esvai ao nem tocar o chão.
O milagre da transformaçao me batendo na cara.
Venham, amigos! Venham principalmente os inimigos,
pois nesses olhos quero olhar. Cadê tua verdade?
Os detentores do poder. Os pais, professores, em combate.
What's your religion? Music it is. The most unanimous one.
Ask anyone if they like music.
Quem não gosta de música, que me atire o primeiro sax.
O resto combinamos pessoalmente.
A la carte.

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quinta-feira, 24 de março de 2011

A Troca Fundamental

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Um trocador que não
Troca. O que fazer?
Chamar o gerente.

Se o gerente é com quem fala.
E com a preguiça? O que tenho eu, de
Trabalho e desperdício?

Muitas perguntas,
Poucas respostas certeiras
Heranças de uma velhinha

A pobre economista
Esbanjava e sorria
Não abriu o bolso

Foi embora, e veio?
Algum dia, mês, planeta
Buscar alvo em estrelas

terça-feira, 22 de março de 2011

. O otario pega ônibus todo dia. Não atravessa a rua na faixa de pedestres, pois perde muito tempo andando até lá, quando já é seguro atravessar num pedaço qualquer de asfalto que não esteja vindo carro. Automóveis que descansam suas culpas sobre ombros humanos. Com seus óleos, gases, metano, polivalência química, alguém que me corrija. Otário é quem pega a fila gigante do metrô todo dia e, sem reclamar, espera mais dez minutos a chegada de um trem. Um bando de otário suava na plataforma enquanto um santo compartilhava aquele momento, cercado por aquela gente. Este santo escutava IPod com seus phones brancos, e nem percebia que o despiam da cabeça aos pés, com comentários sórdidos a respeito de seu estado. Estava suado. Molhado. A camisa ensopada de suor. Poderiam ser lágrimas. As mulheres estavam em silêncio, apenas olhando com ar de reprovação. O santo entrou no carro das mulheres. O único homem no carro das mulheres, e imagina as caras delas. Os otários seguiram nos outros vagões, apertados, espremidos, e ninguen tem nada com isso. O santo come carne. O otário, vegetariano. Áries vegetando. O santo vai ao inferno pagar visita, tem um bom relacionamento com todos e pendura a conta na saída. O otário paga. Esse é o início da história de um otário aleatório que criei a partir de um ponto de vista imperialista. Do tipo que vai ao mercado pelo menos duas vezes ao dia. Compra nescau e biscoito. O santo bebe vinho todos os dias. Às vezes bebe com seu amigo, o Vampiro. E a madrugada se estende sorrindo e embriaga até quem não sabe e fica vaga a idéia de quem apenas recebe a história, sem saber de nada. Se pergunta: "que ele quis dizer?" ou, "não entendi nada". Se identifica com isso? .

segunda-feira, 21 de março de 2011

dois compassos de dança e um gole de dignidade

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Dia sim, dia sim
Tento decifrar o seu jeito
De repente mais pra cá, mais pra lá
Qualquer coisa que vire defeito

Uma obra genial
De um artista inacabado
Sem espelhos,
Ele tenta remover seus monstros

Quem é que não sentiu piedade
De si mesmo?
Desse mês, morrer é certo
Resistir apenas ao sono e à idade

Qualquer instrumento
Criação de criança é vento
que sacode meus terremotos
Oba, brinquedos novos

Olhar para os lados
Lados são tantos, poucos olhos
Quantas possibilidades
Batem com o que concordo

Depende da hora
Sempre perfeita a obra
Quase nunca pronta, demora
Custa o tempo de uma vida fora

Vejo muito bem
Perfeita, você
Cheia de detalhes
Para entreter

Viajar é uma opção
Dar vida ao fruto
Beber para sempre do seu suco
Fazendo conchinha com as mãos

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Bem,

Sei lá sobre o quê escrever, as pessoas me cobram!
Depois que se começa, não dá mais pra parar, é uma coisa
de louco, isso! Procuro me acalmar de vez em quando, pois
é preciso variar as emoções, sentir cada uma.
Sentir a alegria e a tristeza em proporções similares.
Usufruir presença, usufruir saudade. Tocar a saudade.
Com a ponta de um dedo, depois outro e depois mais outro.
Assim como se toca um violão, uma navalha, a chama do fogão
e o corpo da mulher amada. Tocar a pele. Tocar o espírito.
Existe coincidência? Então que nome tem? É so falar e pá!
Duvido que haja, duvido que haja! Desafio qualquer um aí!
Por que você ainda me aparece de vez em quando? Pode ir, agora.
Estou pronto. Voa, gaivota! Voa, voa...vou andando.
Aprecio a sinuosa camada de ar que me toca os poros e desliza.
A rua imunda onde piso não posso beijar, que seja o ar.
E muitas dessas vezes, páro, no meio do caminho, assim...
parado mesmo e começo a pensar. Penso um pouco. E quando realmente
me concentro, o pensar já não está lá e eu só percebo quando volto
ao que escrevo. Apesar de tudo, isso aqui é um puta soco de realidade.
Pensando bem.

domingo, 20 de março de 2011

- luxo de pobre, o que é?

...


Onde sou?
Quem estou?

O fascínio que mofou
Dentro de mim pelo amigo,
Jura por toda palavra que anda
Assim assim com o bicho-grilo lá
da praça dos brinquedos

E me disseram que não podia brincar
Que eu era muito velho para brincar
Me tomaram os sonhos, me tiraram na marra
Todos os meus apegos e amarras

Até mesmo eu, com o luxo do protesto,
Perturbei outra vida. Uma aranha tímida
Negona era safada, vez que eu soprava, e soprava
E soprava a bichinha e ela não caía
Vez que soprava muito forte, ela escorregava
Soltava sua teia e voltava
Era como se pudesse voar
E não soubesse como

Disseram que a vida era difícil
Que o homem precisa lutar, sofrer, se sacrificar
Precisamos de quê?
Diga algum folgado, menino ou menina, seja daqui ou de fora
Me fale dos meus desejos
Conte-me, vamos, dos seus novos beijos
Tenho muita vontade de seguir

Cada um tem seu luxo.
Até que me permito muitos

Como se esse "até" significasse pensar


...

quarta-feira, 9 de março de 2011

E dedico a você

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Eu tiro fotos
Ando nas ruas
Vou olhando como o vento me passeia

Um passarinho
Cheio de cores
Me acena, me entende
E se vai.

Sentimental eu me vejo
Com um doce arrepiar
De subir no amor
E sorte grande eu tirei

Quando começa o som desse mister
Eu me repouso no abraço de mim com o tudo
E entendo, John, quando você diz com o seu instrumento
Que não era hora de tocar nada

Outras,
Todas as horas.
Doze horas de espírito
Tocando as nuvens de som.

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