quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

do amor.

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Sou eu vestido de preto, casaco cinza.
Aquele era eu, quando acordei e sussurrei ao oculto que eu estava dormindo?
Pela rua, um andarilho pisa em ladrilhos e escolhe cada pedra.
Ele parece ter uma equação para resolver, enquanto decide se pisa na da esquerda ou na da direita. Uma pessoa de tamanha força que não se pode dizer que seja isso ou aquilo.

Sou eu, aquele oficial militar que fica parado o dia inteiro como um soldado?
Era a minha sombra, aquela que ia embora, vendo que eu não desisti de mim mesmo, ainda. Chapéu eu ainda não uso, mas com uma certa relutância, começo a procurar.
E quanto tempo perdemos enjaulados num quadrado errado de coisas erráticas?
Jogando as palavras fora, jogando-as no ar pára-voar, não em poemas, em catarses de dramas cotidianos. Vinda. Sobe mais um degrau.

Aquele sujeito em trevas sentado num banco acerca da igreja era eu.
Tentado a fazer um atentado a outro ser, na morbidez e penumbra do olhar e sentimento quase nuvem negra por cima da cabeça. Corpo violento para fins de amor.
Quanto puder protejo, mesmo que seja com a entrega deste plano para outros planos.
Eu trocaria uma morte extra por uma vida alheia.
Aquele era eu, quando me perguntava, com raiva, se valeria a pena matar?


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5 comentários:

Anônimo disse...

Vc escreve muito bem!

Rafael disse...

Obrigado, Fabricia!
:0)

Leonardo de Castro disse...

Forte, fortíssimo!

La fora a chuva cai. disse...

Muito bom ! muito forte

. fina flor . disse...

eu também trocaria algumas coisas por uma vida alheia :o)

beijos, querido e boa semana

MM.