sábado, 11 de julho de 2009

Amasso

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Vou bater a massa e jogar farinha nos ovos

E amassar bem no meio do suvaco com cascas de cebola.

E qualquer coisa que valha uma frase, pode ser palavra solta.

Sem sentido, desconexo, confuso, incoerente, obtuso, decente.

Em certo sentido, sentido errado. Machucou? Levanta.

Fritar ovos numa frigideira preta, até nisso você me aparece!

Vê se me esquece e me deixa esquecer você.

Brincaríamos muitos e riríamos de tudo, mas você não quis isso.

Você achou que era melhor fazer atividades extras.

Extra-corporais. Extra você. Extra. Fora de.

E se deixasse falar o silêncio, encontraria a si mesmo.

Mas fala, fala, fala, e esse é o medo da verdade.

Enquanto isso, me passa o açúcar, por favor.


Peço favor pelo açúcar, mas ainda sou mesmo muito polido.

Um gentleman, como diria uma amiga.

É preciso que olhe para mim. Sente-se. Levante-se. Caminhe.

Vamos subir aos altos pontos do infinito.

Se não fosse tão gentleman, te agarraria pela cintura, pegaria nos teus cabelos

Por trás da nuca, te assaltaria um beijo nervoso, e arrancaria suas roupas uma a uma.

Te comeria na frente da mata, de todos os seres vivos, de todo o planeta e afora.


Comeria-te na cozinha, por cima do bolo, com massa e rolo sujando os cabelos

E vamos que eu faço isso em qualquer coisa, e é só isso o que eu faço.




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