domingo, 17 de maio de 2009

Da doação.

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Artista não tem moral.
Poeta não tem pudor.
Eu, como artista, em geral
Tenho é muito suor

Que escorre pela testa
E faz lagoas e torna-se frio.
Eu moro em minha festa.
Meu néctar eu bebo no Rio.

Ele escorrega com a gravidade
Que, tamanha a força, não se sente.
Olha que disparidade!
O artista não mente.

O artista mente em verdade.
Ele mente nela, e não por bordas.
Ele se priva de intimidade
Para dar-se ao mundo, à prova.


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Um comentário:

Lengo D'Noronha disse...

Um poema cheio de poesia.

Abraço.