quinta-feira, 7 de maio de 2009

grito.

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Lá de longe não vejo
Cruzamento secreto
Quatro opções:
Uma há de estar certa

Menina da flor
Que nasce da lama
Se esconde num sonho
Por que não me chama?

Pra ser invisível
Sim, é possível
Mantenha seus olhos
Fechados no grito

Quando me olha
Mira infalível
Acerta a pupila
Escorre para o peito

Não chega a ser álcool,
Cigarro, torpor, defeito
É como um infarto inverso
O gozo sem freio

Se nega a beleza
Perde o encanto
Meus dedos passeiam
Colorem as trevas

Encosta seu corpo
O meu, acalanto
Some o mar, o céu
Há estrelas, o meu canto

Que também já é seu
Agora sem dono
Sua boca, a minha
Se misturam uníssono

Cantam, brincam
Gaivotas turistas
Buscam alimento no escuro
Grito mudo ao infinito

Não tenhamos medo
Haverá sempre o caminho
Da vontade do guerreiro
Que se propõe a amar

Vamos, aperte sua mão
Na minha, vamos caminhar
Sem paradas inúteis
Olhamos sempre em direção ao mar

E se for para ir embora
O momento é alegre
Qualquer coisa que tenhamos feito,
De certo mudou o curso terrestre

A flor morre, sim, é verdade
O corpo morre
Enfim, a eternidade
Deve ser desfrutada enquanto jovem

Por fim, reparo no que faço:
Tentar escrever
Sobre o amor, que não é para pensar
É para viver.


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2 comentários:

alice disse...

menina bordada de flor

dani disse...

Ah meu poeta apaixonado...rs

ps:Bonito.