segunda-feira, 25 de junho de 2007

Como é levar uma porrada, uma surra da vida e a chuva cair desprovida de pudor?
Falta respeito nesse mundo torto e miserável, que deixa livre o mais idiota dos idiotas solto só para fazer obstáculo no meu caminho de amor.
É assim, como sair com a mulher, e estar apaixonado por ela. E aí ela começa a falar que ama o namorado, que tem medo de perder o namorado, que está muito feliz...
Pelo jeito ela já conhece “aquela minha cara de quem ta gostando muito” e fico na dúvida ligeira se percebe a crueldade com que ela aplica tudo isso em mim. Sim, porque é estar apaixonado por ela. Apaixonado, entendeu? Falta cerveja, talvez algum vinho, droga que faça eu falar, droga...mas eu falo tanto, será que ela não percebe?
Ele vai percebendo cada instante, cada um que vai. Ele perde algumas chances, achando que não morre e no fim, acaba sempre faltando o momento certo. Que merda de “ele” é essa? Coisas que não se separam e terminam sempre muito separados, autor e personagem, criador e criatura, pai e filho. Poderia até falar mesmo, não ter nenhum tipo de rédea mas e aí, o que aconteceria com tudo? Estou quase pagando pra ver o que aconteceria, sinceramente. Acho provável que eu bata com os dentes na parede e caía, agonizante como uma barata que sobe um espelho de banheiro de boteco.
A chuva bate forte, como um aviso do mau tempo em todos os caminhos previstos, e fico preocupado porque não sei mais do paradeiro daquela menina dos olhos cheios.
Não chovia mais, foi só um sinal para que houvesse algum tipo de feitiço contra mim, contra meus desejos, umas brincadeiras. Enquanto se preparava para ir embora, achou que não poderia ainda suportar o papel secundário. Queria ela inteira.

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